Considerada a última barreira do bloco, por 287 votos a 55, Parlamento turco aprova a entrada da Suécia na OTAN

Secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg, presidente turco Recep Tayyip Erdogan e primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson | Imagem oficial por OTAN

ISTANBUL, 23 de janeiro — Como antecipado ontem, após quase dois anos desde o pedido oficial de adesão da Suécia à OTAN, o Parlamento turco, que segue as decisões encaminhadas pelo presidente Recep Tayyip Erdogan, como prometido em 10 de julho do ano passado, ratificou agora a entrada do muito provável novo membro ao Tratado de defesa por 287 votos a 55; apenas Hungria ainda não aprovou oficialmente a entrada da Suécia no grupo (a adesão depende da aprovação de todos os 31 membros).

Ontem, os membros do Parlamento ligados à formalização da decisão já haviam comunicado aos jornalistas de que isso aconteceria nesta nesta semana, possivelmente hoje.

A ratificação agora volta para a mesa do presidente turco para a assinatura final (protocolo foi enviado por ele mesmo para o Parlamento em 01/04/2023).

Com a ratificação da Suécia pela Turquia, restará apenas a aprovação da Hungria, que já prometeu que não seria o último país a ratificar a entrada do país no bloco (a Hungria não tem qualquer força de negociação para pedir algo em troca).

Entre os pedidos que a Turquia fez pela ratificação da entrada da Suécia na OTAN estão a extradição de inúmeras pessoas que o país considera “terroristas” (membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão/PKK), o avanço nas negociações para a aprovação da compra de caças americanos F-16 e a modernização dos F-16 que a Força Aérea turca já possui (acordo de US$ 20 bilhões), e um movimento de apoio de países europeus no retorno das negociações pela entrada da Turquia na União Europeia (negociações que foram congeladas de forma oficial em 2016 e que hoje já duram 50 anos).

O acordo dos caças também envolverá a proibição da utilização dos caças nas brigas constantes do país com a Grécia (outro membro da OTAN)*

Um assunto pouco falado e que provavelmente está sendo discutido é a questão do embargo de armas canadense imposto em 2021 contra a Turquia por conta da participação direta do país na guerra entre Azerbaijão e Armênia, em Nagorno-Karabakh. As câmeras utilizadas nos principais drones turcos eram de origem canadense e a falta do equipamento diminuiu muito a qualidade dos produtos (eram quase perfeitos e estavam no topo do mercado). Dificilmente esse assunto ficaria de fora das concessões à Turquia (as conversas foram retomadas em julho do ano passado).

A retirada do embargo poderá ser anunciada nos próximos dias.


Finlândia e Suécia formalizaram seus pedidos de entrada na OTAN em 18/05/2022, porém apenas o pedido da Finlândia teve prosseguimento e foi concluído no dia 04 de maio do ano passado.

A Turquia também foi o último país a ratificar a entrada da Finlândia no grupo. Entre o envio ao Parlamento turco e a ratificação de entrada da Finlândia na OTAN, foram apenas 13 dias.

Apesar da confusão criada pelo discurso da Rússia não permitir membros da OTAN em sua vizinhança, Estônia e Letônia, que fazem fronteira com a Rússia, são membros da OTAN desde 2004 e não tinham uma relação ruim com o país antes da nova incursão russa na Ucrânia de fevereiro de 2022.

A Finlândia, que agora é um membro pleno na OTAN, tem a maior fronteira da União Europeia com a Rússia, e suas fronteiras estão vazias militarmente como nunca estiveram antes (incluindo batalhões conhecidos que lutaram na última guerra contra a Finlândia). Um pequeno movimento na região foi registrado no meio do ano passado por conta de um treinamento (e gravação de material de propaganda local), mas a fronteira já está novamente vazia.


(Matéria em atualização)

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