TÓQUIO, 17 de dezembro — De acordo com a mídia japonesa Nikkei, as gigantes Nissan Motor e Honda Motor, que juntas possuem uma capitalização de mercado de US$ 46,5 bilhões, iniciaram negociações para uma possível fusão visando enfrentar uma estagnação nas vendas nos mercados europeu e americano, além de se adaptarem ao crescimento acelerado das vendas de carros elétricos e às novas demandas logísticas.
Segundo as duas empresas, que emitiram comunicados idênticos após a divulgação da notícia pela mídia japonesa, ainda não há formalização nem previsão de anúncio da fusão. No entanto, ambas afirmaram, sem revelar detalhes, que “como anunciado em março deste ano, Honda e Nissan estão explorando diversas possibilidades de colaboração futura, aproveitando os pontos fortes de cada uma”.
Uma eventual formalização de fusão entre as duas empresas seria a segunda maior da história, atrás apenas da união entre Fiat Chrysler e PSA, que foi concretizada em 2021 e resultou na criação da Stellantis (US$ 52 bilhões de capitalização de mercado).
Segundo o jornal japonês Nikkei, as montadoras, com base nas conversas já realizadas, planejam operar sob uma única holding, medida que deverá ser formalizada em breve com a assinatura de um memorando de entendimento para a criação da nova entidade resultante da fusão.
Dados oficiais indicam que as duas empresas venderam, juntas, 7,4 milhões de veículos no ano passado, mas perderam uma fatia significativa de mercado na China, que somente em novembro, foi responsável por 70% das vendas globais de veículos elétricos, com quase 1,3 milhão de unidades vendidas no país (Tesla, BYD e outras marcas chinesas).
Terceira montadora: O jornal japonês também aponta que Nissan e Honda estão tentando incluir a Mitsubishi Motors, cuja principal acionista é a Nissan Motor (24%), na mesma fusão e sob a mesma holding.
A Mitsubishi Motors ainda não emitiu comunicados sobre a questão.
A francesa Renault, que é uma grande acionista da Nissan Motor, se recusou a comentar sobre o assunto.
Analistas locais afirmam que as decisões das empresas e o futuro comunicado formal devem ser emitidos após a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já se comprometeu a adotar uma postura rígida em relação aos veículos importados e ameaçou, durante seu primeiro mandato, impor tarifas sobre os automóveis japoneses (serão realizadas negociações que provavelmente resultarão em concessões das duas partes).
(Matéria em atualização)