RIGA, 05 de julho — Ministro da Defesa letão Artis Pabriks e representantes do governo da Letônia confirmam que o país báltico restabelecerá o serviço militar obrigatório “após a crescente tensão com a vizinha Rússia” em meio à guerra na Ucrânia.
O governo também anunciou planos para construir outra base militar perto da cidade de Jēkabpils (cerca de ~2h de carro), no sudeste do país, que ficará mais perto da fronteira russa do que a base mais próxima já existente na cidade de Ādaži.
“O atual sistema militar da Letônia atingiu seu limite. Enquanto isso, não temos motivos para pensar que a Rússia mudará seu comportamento” –Ministro da Defesa da Letônia Artis Pabriks
O serviço militar obrigatório foi introduzido na Letônia em 1991, após o colapso da União Soviética (primeira convocação em abril de 1992), e abandonado em 2007, pouco tempo depois do país passar a integrar a OTAN (2004).
Desde então, o país – que também é membro da União Europeia – possui uma Força militar totalmente “contratada”, composta por soldados de carreira e voluntários da Guarda Nacional que servem na infantaria em meio período nos finais de semana*
O primeiro recrutamento está planejado para ser realizado em 1º de janeiro de 2023, e será “inicialmente voluntário”.
O governo espera recrutar ao menos 1.000 novos soldados já neste primeiro recrutamento*
O processo será realizado duas vezes ao ano, em janeiro e julho, e os recrutas terão quatro opções de serviço: Serviço Militar geral; Serviço na Guarda Nacional, trabalhando 20 dias por ano durante cinco anos; Curso de Comandante de Unidade, que seja realizado em uma universidade; e o Serviço Militar Alternativo.
A idade de alistamento será de 18 a 27 anos, e as mulheres poderão servir voluntariamente.
O Estado irá fornecer um pagamento de 400 euros, “bem como cobrir todas as despesas de alimentação, alojamento e preparação física”.
O serviço geral terá duração de 11 meses, e os militares terão um mês de folga (poderão voltar para casa nos finais de semana).
A Letônia possui menos dois milhões de habitantes, cerca de 7.500 soldados ativos (apoiados por 1.500 soldados da OTAN) e faz fronteira com a Rússia e com a Bielorrússia.
Uma medida similar foi reintroduzida na Lituânia em 2015, um ano após a invasão e anexação da Crimeia (Ucrânia) pela Rússia.
(em atualização)