Autointitulado ditador bielorrusso visita Irã e assina “acordos sigilosos” em 8 áreas; Lukashenko não visita o Irã há 17 anos

Autointitulado ditador bielorrusso Alexander Lukashenko e líder supremo do Irã, Ayatollah Khamenei (2006) | Imagem por khamenei.ir

TEHRAN, 13 de março — Em visita oficial ao Irã, o autointitulado ditador bielorrusso Alexander Lukashenko assinou oito acordos sigilosos “de três anos” com o presidente iraniano Ebrahim Raisi (será o próximo líder supremo do país) e com o líder supremo iraniano Ayatollah Khamenei, que segundo as mídias estatais dos dois países, diz respeito a oito temas, entre eles mineração, comércio, energia (nuclear), educação, serviços consulares, tecnologia e “questões culturais” (acordo similar ao assinado com o ditador venezuelano Nicolás Maduro em junho do ano passado).

A visita oficial terá uma duração de dois dias.

Essa foi a terceira visita do ditador bielorrusso ao Irã, que não visita o país há 17 anos.

Irã e Bielorrússia se comprometeram a aumentar o volume de comércio entre os dois países para US$ 100 milhões por ano.

Ainda segundo as estatais de mídia dos dois países, a visita ocorre no momento em que os dois países celebram 30 anos de relações diplomáticas oficiais.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores da Bielorrússia, seu país também possui interesse em utilizar a infraestrutura de transporte do Irã para escoar seus produtos de exportação “para os mercados mundiais”.

“Hoje chegamos a um acordo sobre um roteiro abrangente entre o Irã e a Bielorrússia […] Este roteiro abrangente entre o Irã e a Bielorrússia descreve as condições políticas e econômicas e abrange todas as áreas de interesse entre os dois países.” –presidente iraniano e provável próximo líder supremo do Irã, Ebrahim Raisi

Na semana passada, o ditador bielorrusso visitou oficialmente a China, se encontrando com o próprio líder chinês Xi Jinping.

“Este período é caracterizado pela percepção de quanto precisamos uns dos outros e quão estreitamente devemos cooperar neste mundo […] Observo com grande respeito todas as vezes a tenacidade com que seu povo resiste à pressão externa e tenta impor a vontade de outra pessoa. E como você desenvolve tecnologias modernas e energia nuclear apesar de tudo […] E como concordamos hoje com o presidente iraniano, podemos ser muito úteis um para o outro se realmente unirmos nossos esforços” –ditador bielorrusso Alexander Lukashenko

Os dois países foram muito falados nos últimos meses por fornecer apoio logístico e território (Bielorrússia) e drones kamikaze (loitering minition / Irã) à Rússia na guerra contra a Ucrânia.

Em meio ao aumento de tensões com Israel e países do Ocidente, principalmente após o último relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que foi produzido após uma visita de sua equipe ao Irã, relatório que aponta que foram encontradas partículas de urânio enriquecidas a 83,7%, pouco abaixo dos 90% que são necessários para produzir uma bomba nuclear (nível 18 vezes maior que o limite estabelecido em 2015), o regime iraniano anunciou ontem que teria finalizado a compra de caças russos modernos modernos Su-35SE.

Segundo oficiais do país, os caças e os sistemas de defesa aérea S-400 russos (estes ainda serão adquiridos) garantirão a proteção do Irã contra possíveis ataques de Israel, que já prometeu usar a força para impedir a criação de armas nucleares pelo regime local.

Também nesta última semana, o Irã anunciou oficialmente o retorno das relações diplomáticas com a Arábia Saudita, que até o momento era rival do país em duas regiões do Oriente Médio (acordo – mediado pela China– que foi duramente criticado por inúmeros oficiais israelenses, que aguardavam o retorno de relações com o país e que ouviram de representantes sauditas que a moeda de troca para o retorno de relações com Israel seria os Estados Unidos ajudarem a Arábia Saudita no campo da energia nuclear, inicialmente com garantias de segurança).


(em atualização)

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