Brasil fecha acordo com a China e libera transações bilaterais nas moedas dos dois países, sem a utilização do Dólar

Presidente Lula e Embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao | Imagem por Ricardo Stuckert/PR

BRASÍLIA, 29 de março — Os representantes brasileiros que estão na China e que iriam acompanhar o presidente Lula na viagem ao país, viagem que foi adiada no último dia 25/03 por questões médicas, fecharam um acordo com o regime chinês para a criação de uma instituição bancária que permitirá a realização das transações bancárias bilaterais nas moedas brasileira e chinesa (Real e Yuan/Renminbi); o anúncio foi feito nesta manhã durante o Simpósio de Negócios China-Brasil, que está sendo realizado na capital chinesa Pequim, com 523 empresários e autoridades dos dois países.

De acordo com o anúncio, o novo banco será capaz de garantir aos empresários brasileiros a conversão imediata dos ganhos em Real brasileiro toda vez que decidirem fechar novos negócios em Yuan/Renminbi.

“A expectativa é reduzir custos, fomentar ainda mais o comércio bilateral e facilitar os investimentos” –nota da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX), em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil

O comércio nas duas moedas será viabilizado a partir da criação de uma Câmara de Compensação (ainda sem data) que será operada no Brasil pelo ICBC (Banco Industrial e Comercial da China), deixando de ser necessário intermediar as operações comerciais entre os dois países com o Dólar americano.

A China tem acordos cambiais semelhantes com Rússia, Paquistão, Turquia, Bangladesh, Indonésia, Hong Kong (já possui um governo chinês), Macau e Singapura*

O Banco Central brasileiro confirmou que assinou um memorando de entendimentos com Banco Central da China para viabilizar o instrumento.

Segundo o Banco Central, citando os pontos como benefício, o acordo trará um “aumento da liquidez” local da moeda chinesa, a “manutenção de reservas cambiais em moeda forte no país”, a “redução de intermediários nos pagamentos internacionais” e a “aproximação do sistema de pagamentos local ao chinês, com aumento da eficiência operacional em termos de redução de custo e tempo”.

Ainda de acordo com o Banco Central brasileiro, as operações serão “subordinadas à nova lei cambial, às regulações infralegais pertinentes, às normas jurídicas referentes à autorização, à regulação, à supervisão e aos sancionamentos de eventuais modelos de negócio a serem desenvolvidos ou incrementados após a celebração do memorando de entendimentos”.

Em 2022, o comércio entre os dois países foi de US$ 150,5 bilhões (~R$ 780 bilhões), com US$ 89,7 bilhões (~R$ 465 bilhões) em exportações brasileiras.

Segundo o que foi foi dito pelo próprio presidente em uma reunião com senadores na noite de ontem, reunião que contou com a presença do presidente do Senado Rodrigo Pacheco, Lula pretende remarcar sua viagem à China para o dia 11 de abril (governo está aguardando uma resposta oficial do regime chinês sobre a disponibilidade de agenda).


(em atualização)

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