Coreia do Norte ameaça EUA dizendo que qualquer tentativa de abater um míssil de teste será vista como uma “declaração de guerra”

Kim Yo-jong, irmã do ditador local Kim Jong-un | Imagem por Jeon Han/Republic of Korea

PYONGYANG, 7 de março — A Coreia do Norte, em uma mensagem atribuída à irmã do ditador norte-coreano Kim Jong-un, Kim Yo-jong, publicada pela estatal de mídia KCNA, disse que qualquer tentativa dos Estados Unidos (e aliados) de abater um míssil dos vários testes que o país realiza quase que semanalmente, será encarada como uma declaração formal de guerra.

Ela ainda disse que o país poderá testar mísseis no Oceano Pacífico; “O Oceano Pacífico não pertence ao domínio dos EUA ou do Japão”.

“Será considerado como uma clara declaração de guerra contra a República Popular Democrática da Coreia, caso ocorra uma resposta militar como interceptação contra nossos testes de armas estratégicas que são conduzidos sem prejudicar a segurança dos países vizinhos em mar aberto que não pertence à jurisdição dos EUA […] todos os tipos de retórica dos EUA e da Coréia do Sul, sem dúvida, fornecem à República Popular Democrática da Coreia condições para ser forçada a fazer algo para lidar com eles” –Kim Yo-jong

Enquanto disparos no Oceano Pacífico são vistos como uma possibilidade real da Coreia do Norte de aprimorar seus mísseis, não é possível saber qual seria a reação dos países vizinhos ou até dos Estados Unidos se um projétil, por exemplo, passasse pelo território americano de Guam.

A partir da próxima semana, Estados Unidos e Coreia do Sul realizarão mais de 11 dias de “exercícios militares em larga escala” (exercício que recebeu o nome de “Escudo da Liberdade”).

Bombardeiro B-52 chegando na Coreia do Sul para participar do exercício que foi programado para a próxima semana

Os Estados Unidos e aliados nunca abateram um míssil norte-coreano de teste, porém um dos testes, que aconteceu no dia 3 de outubro do ano passado, envolveu um míssil de alcance médio (IRBM) Hwasong-12 que sobrevoou o Japão e disparou inúmeros alertas. Não é possível prever qual será a reação do Japão (e de seus aliados) no caso de outro míssil acabar sobrevoando o país.

Em um outro teste de mísseis que foi realizado em março de 2022, um dos projéteis (que voou por ~70 minutos) chegou a ser acompanhado, em seu trajeto final, por um caça F-15 japonês (previsão de trajeto através do cálculo de rota).

Os últimos grandes testes de mísseis balísticos aconteceram nos dias 04/01/2022, 10/01, 14/01, 16/01, 26/01, 29/01, 26/02, 04/03, 15/03, 24/03, 16/04, 12/05, 24/05, 04/06, 24/09, 28/09, 29/09, 30/09, 03/10, 05/10, 08/10, 13/10, 28/10, 01/11~02/11, 09/11, 16/11, 17/11, 18/02/2023 e 19/02.

Coreia do Sul e Estados Unidos esperavam que o país realizasse um teste nuclear até o fim do ano passado (preparação visível por imagens de satélite), porém o teste nuclear ainda não teria acontecido por pressão chinesa (a China -surpreendentemente- votou a favor de um projeto de resolução da ONU condenando os últimos 6 testes nucleares norte-coreanos).

Os últimos testes nucleares norte-coreanos aconteceram em 2006, 2009, 2013, duas vezes em 2016 e em 2017.

Como o local de testes nucleares já foi preparado desde o ano passado, não pode ser descartada a hipótese do regime realizar o sétimo teste nuclear do país durante os exercícios.


(em atualização)

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