BRASÍLIA, 9 de dezembro — O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, candidato derrotado na penúltima eleição presidencial brasileira e candidato derrotado na última eleição ao governo do estado de São Paulo, Fernando Haddad, foi anunciado agora como o nome que substituirá o ministro Paulo Guedes no ministério da Economia; o nome não era um consenso dentro do próprio partido (PT) pela “falta de jogo de cintura” e as constantes falas polêmicas do agora próximo ministro.
O banqueiro bilionário André Esteves (dono do BTG, preso pela PF em 2015) foi quem mais trabalhou pela indicação do novo ministro.
Ontem, o futuro ministro fez uma reunião de cerca de uma hora e meia com o ministro Paulo Guedes; “Passamos em revista vários assuntos importantes. Obviamente que uma reunião de 1 hora e meia não é possível esmiuçar todos os assuntos, mas foi excelente reunião. Fui muito bem recebido, definimos agenda de trabalho a partir da semana que vem” –Haddad.
Segundo o grupo de transição, o Ministério da Economia deverá ser desmembrado em “Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento e Indústria e Comércio”.
Também foram anunciados os nomes de Rui Costa para a Casa Civil, Mauro Vieira (embaixador) para as Relações Exteriores e Flávio Dino para a Justiça e Segurança Pública.
Dino deverá indicar o delegado da Polícia Federal Andrei Rodrigues para o cargo de diretor-geral da corporação.
São cogitados (sem confirmação) os nomes da senadora Simone Tebet para o ministério do Desenvolvimento Social, Marina Silva para o Meio Ambiente, Margareth Menezes para a Cultura, Floriano Pesaro para a Secretaria-geral, Carlos Fávaro para a Agricultura, Izolda Cela para a Educação, Marcio França para o Ministério de Ciência e Tecnologia, Marcelo Freixo para o Turismo, e Nísia Trindade (presidente da Fiocruz) para o Ministério da Saúde.
A ex-presidente Dilma Rousseff é cotada para a assumir uma embaixada (provavelmente de Portugal).
Formação acadêmica: Em 1985, Fernando Haddad formou-se em Direito. Em 1987 ingressou no mestrado em Economia na USP. Em 1990 concluiu o curso com a dissertação “O Caráter Sócio Econômico do Sistema Soviético” (Palavras-chave: Comunismo; Marxismo Sovietico; Uniao Sovietica.Grande área: Ciências Sociais Aplicadas). Em 1989, como aluno visitante, fez um curso de Ciência Política (carga horária: 32h) na McGill University (Canadá). Em 1991 iniciou o doutorado em Filosofia na USP, concluído em 1996, com a tese “De Marx a Habermas – O Materialismo Histórico e Seu Paradigma Adequado”.
Histórico político: Em 2001, Haddad chefiou o gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico do município de São Paulo (gestão Marta Suplicy), em 2003 assumiu a Assessoria Especial do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Ainda no ano de 2003, foi convidado por Guido Mantega para integrar sua equipe no Ministério do Planejamento em Brasília. Em 2004 assumiu o cargo de Secretário-Executivo do Ministro da Educação Tarso Genro. Em 2005, Haddad foi escolhido como Ministro da Educação na administração Lula. Em 2012, foi eleito prefeito da cidade de São Paulo, perdendo a reeleição em 2016 para o candidato João Dória Jr. (perdeu a reeleição no primeiro turno). Em 2018, concorreu à Presidência da República e foi derrotado pelo atual presidente Jair Bolsonaro.
Obras publicadas: “Desorganizando o Consenso”; “O Sistema Soviético, relato de uma polêmica”; “Em defesa do socialismo, Por Ocasião dos 150 Anos Do Manifesto”; “O Terceiro Excluído”; “Trabalho e Linguagem: Para a renovação do socialismo”.
Haddad tem 59 anos, é casado e tem 2 filhos.
(em atualização)
