Nova Pesquisa INAF aponta estagnação e revela que 29% dos brasileiros são analfabetos funcionais

Imagem ilustrativa por Rovena Rosa/Agência Brasil

BRASÍLIA, 5 de maio — De acordo com os novos dados da Pesquisa INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional), divulgados hoje (5) após um intervalo de seis anos sem novos levantamentos, pelo menos 29% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são considerados analfabetos funcionais — pessoas incapazes de interpretar informações simples do dia a dia — e 36% são classificados como “alfabetizados em nível elementar”, ou seja, conseguem ler textos médios, mas têm dificuldade para compreendê-los plenamente.

Os números seguiram no mesmo patamar de 2018 e superam os registrados nas pesquisas de 2009, 2011 e 2015, quando 27% dos brasileiros foram classificados como analfabetos funcionais.

Imagem por REPRODUÇÃO/INAF

A pesquisa, realizada entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025 com 2.554 participantes de todas as regiões do Brasil, também revela que o índice de analfabetos funcionais entre os estudantes do ensino médio subiu de 14% para 17%, que a proporção de alunos nos dois níveis mais altos da escala de alfabetismo (elementar e consolidado) caiu de 45% para 38%, e que 4 em cada 10 pessoas que estão ou já passaram por uma faculdade não dominam habilidades essenciais de leitura, escrita e matemática.

Os piores números foram registrados na faixa etária acima de 50 anos, na qual 51%, a maioria, foi classificada como analfabeta funcional.

Os melhores índices de alfabetização funcional foram registrados nas faixas etárias de 15 a 29 anos (84%) e de 30 a 39 anos (78%).

Imagem por REPRODUÇÃO/INAF

Em uma análise por inserção no mercado de trabalho, a nova Pesquisa INAF mostra que, entre os analfabetos funcionais, 60% estão empregados, 13% estão desempregados ou em busca de trabalho, 11% realizam tarefas domésticas, 8% são aposentados e 8% não exercem nenhuma atividade laboral.

Imagem por REPRODUÇÃO/INAF

Em relação à autodeclaração de raça e cor de pele, o percentual de analfabetos funcionais “pretos e pardos” caiu de 67% em 2018 para 58% em 2024, enquanto o de “brancos” subiu de 24% para 39%, e o de indígenas ou amarelos diminuiu de 4% para 3%.

Imagem por REPRODUÇÃO/INAF

A pesquisa, que também avaliou a proficiência digital dos brasileiros por meio de testes que incluíam desde comprar um par de tênis a partir de um anúncio, trocar mensagens e até se inscrever em um evento por meio de um formulário online, revelou que quase todos os analfabetos funcionais, 95%, estão no nível mais baixo de alfabetismo digital, ou seja, são capazes de realizar apenas um número muito limitado de tarefas no ambiente digital.

Considerando a idade, os mais jovens são os que apresentam o nível mais alto de proficiência digital, com maior número de acertos nos testes — destaque para aqueles entre 20 e 29 anos (38% no nível alto), seguidos pelos de 15 a 19 anos (31%).


(Matéria em atualização)

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