Senado argentino rejeita projeto do governo Milei que criaria a “Ficha Limpia” e impediria condenados de disputar eleições

Ex-presidente argentina Cristina Kirchner | Imagem por Eneas De Troya (CC)

BUENOS AIRES, 7 de maio — O Senado argentino rejeitou há pouco, por 36 votos favoráveis a 35 — um a menos que os 37 necessários para a maioria absoluta —, o projeto do governo Milei conhecido como “Ficha Limpia” que excluiria das eleições os condenados em segunda instância por crimes dolosos contra a administração pública.

Sob a condução da vice-presidente argentina Victoria Villarruel, que também preside o Senado, o projeto, já aprovado pela Câmara e previsto para votação no Senado nesta noite, era visto pelos governistas, até ontem, como de aprovação praticamente garantida.

A derrota do governo Milei ocorreu em uma sessão que se estendeu por quase 12 horas e foi marcada pela traição política dos senadores da “Frente Renovadora de Misiones”, Carlos Arce e Sonia Rojas Decut, que até ontem declaravam publicamente que votariam a favor.

Uma das figuras mais conhecidas que seriam impactadas pelo projeto era a ex-presidente Cristina Kirchner, que por muitos anos usou cargos públicos eletivos para escapar de investigações e evitar ordens de prisão.

Em dezembro de 2024, a política foi condenada em segunda instância a seis anos de prisão e à inabilitação política PERPÉTUA por participação em um esquema de desvio de dinheiro público e favorecimento de um empresário local.

Com a decisão de hoje do Senado argentino, Cristina deverá disputar no próximo mês de outubro a eleição legislativa para o cargo de deputada nacional pela província de Buenos Aires, com grande probabilidade de vitória (região com muitos apoiadores).

Em nota oficial, o presidente argentino Javier Milei criticou o Senado por rejeitar o projeto “Ficha Limpia”, acusando os senadores de protegerem seus próprios interesses e a impunidade do kirchnerismo, e prometeu lutar para que a proposta vire lei.

“O Gabinete do Presidente condena a decisão do Senado da Nação de rejeitar o projeto de “Ficha Limpa” e permitir que os filiados ao Partido do Estado continuem impunes ao se candidatarem a cargos eletivos, apesar de terem fraudado a administração pública. O presidente Javier G. Milei repudia a atitude dos senadores nacionais que optaram por priorizar a defesa de seus interesses pessoais e partidários em detrimento das demandas do povo que dizem representar. Ficou demonstrado que o kirchnerismo fará o que for necessário para defender a impunidade de seus chefes. Essa decisão reflete mais uma vez a postura de uma classe política que, como já havia mostrado ao rejeitar as indicações feitas pelo Presidente da Nação para a Suprema Corte de Justiça, coloca seus interesses econômicos e sua proteção judicial acima das necessidades do povo argentino. O Senado da Nação consolida-se mais uma vez como o refúgio da casta política argentina. Ao mesmo tempo, o Governo Nacional expressa seu profundo agradecimento aos blocos que, junto com A Liberdade Avança, formaram uma coalizão comprometida com a defesa da transparência e da República. Aqueles que hoje votaram contra essa iniciativa e a favor da perpetuação de seus privilégios recebem um aviso do Governo Nacional: o presidente Javier G. Milei não descansará até que a “Ficha Limpa” se transforme em lei, garantindo que a integridade e a justiça prevaleçam na política argentina.” -nota oficial publicada por Milei


(Matéria em atualização)

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