BUENOS AIRES, 29 de agosto — As principais pesquisas eleitorais da Argentina que estão cobrindo à corrida eleitoral por quem será o próximo líder do país após as primárias do último dia 13/08 indicam uma liderança isolada do candidato libertário Javier Milei, chamado pela mídia local de “ultradireitista”, seguido de longe pelo candidato governista Sergio Massa, atual ministro argentino da Economia, que luta tentar mostrar alguma melhora no cenário econômico para não perder o pleito no primeiro turno.
De acordo com a pesquisa da empresa de consultoria Analogias, contratada pelo bloco governista com a participação de 2.523 pessoas por telefone entre 18 e 21 de agosto, Milei teria 32,1% dos votos, contra 26,8% de Sergio Massa e 20,9% de Patricia Bullrich.
De acordo com a pesquisa da empresa Opiniaia, realizada entre 15 e 23 de agosto com a participação de 2.000 pessoas via entrevistas online, Milei teria 35% dos votos, contra 25% de Sergio Massa e 23% de Patricia Bullrich (empate técnico entre Massa e Bullrich). A mesma pesquisa indica a vitória de Milei em qualquer cenário do segundo turno.
Segundo a pesquisa mais famosa do país, realizada de forma online entre 16 e 17 de agosto pelo Observatório de Psicologia Social Aplicada, da Universidade Nacional de Buenos Aires, Milei aparece 38,5%, seguido por Massa com 32,3% e Bullrich com 23,7%. Nesta pesquisa, 50% das pessoas disseram que em um governo de Milei o país estaria em melhores condições do que está hoje.
Na Argentina, para que um candidato vença no primeiro turno, ele precisa passar dos 45% dos votos ou chegar aos 40% com uma diferença de 10 pontos para o segundo lugar.
Caso haja um segundo turno, a disputa será travada no dia 19 de novembro.
Ainda não é possível prever qual será a posição da candidata Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança do governo Macri, caso ela realmente chegue em terceiro lugar na disputa, ou se existirá uma transferência de votos orgânica, mesmo com um “não-posicionamento” ou posicionamento contrário à Milei partindo de Patrícia, que nos últimos dias vem tentando copiar as propostas do candidato favorito.
A Argentina, que vive uma das mais duras crises econômicas de sua história, com uma inflação que deve superar os 140% neste ano, além de estar passando por uma seca histórica, está contando com uma linha de crédito “abrangente” brasileira e com acordos com a China para tentar estabilizar sua situação.
Segundo o ministro Haddad, para afastar o medo de calote dos exportadores brasileiros, estes venderão para a Argentina, serão pagos pelo Banco do Brasil, que receberá garantia da CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) de um pagamento argentino em Yuan (moeda chinesa).
A conversão da moeda chinesa para reais aconteceria em Londres pelo próprio Banco do Brasil.
Uma reunião com o banco CAF será realizada em 14 de setembro para a assinatura dos documentos pertinentes (formalização de aceitação – ou recusa – da proposta).
Haddad também disse que o governo manterá a posição de garantir US$ 600 milhões à Argentina mesmo que a CAF negue a proposta.
Ainda não se sabe os detalhes sobre a linha de financiamento brasileira, mas da última vez que o presidente argentino visitou o Brasil, de acordo com o que foi conversado, o acordo financiaria até a compra de 161 blindados brasileiros (Guarani 6×6).
De acordo com o que foi dito ontem, o valor será destinado principalmente ao setor automobilístico e alimentício.
(Em atualização)