BRASÍLIA, 31 de agosto — A aeronave presidencial brasileira, que foi adquiria pelo atual presidente Lula em seu primeiro mandato em 2005, e que foi apelidada de “AeroLula” tanto por críticos (pelo custo e quantidade de viagens) quanto por apoiadores, está prestes a se aposentar ao alcançar a metade de sua vida útil; em junho deste ano, em reunião com a cúpula da FAB (Força Aérea Brasileira), o presidente pediu pessoalmente que o Força apresentasse opções para substituir a aeronave por modelos com mais conforto interno e que possam realizar voos mais longos sem escala (a aeronave atual tem um alcance de ~8.500km).
O “AeroLula”, em 2005, custou US$ 56,7 milhões (R$ 167 milhões no câmbio da época) aos cofres públicos. Com a correção monetária pelo índice IPC-A, atualmente a aeronave teria custado R$ 450 milhões.
Ambos, o presidente e a primeira-dama, já se queixaram do cansaço por conta das paradas em viagens longas.
Pensando no custo, desde então o governo estaria procurando por uma aeronave usada, talvez do modelo Airbus A330 na versão executiva/VIP (alcance de 13.300km).
Um avião novo deste modelo pode sair por mais (dependendo, bem mais) de US$ 250 milhões (R$ 1,23 bilhão). Um modelo usado da aeronave pode custar cerca de US$ 40~50 milhões (R$ 200~240 milhões), por baixo.
De acordo com o jornalista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, o governo já teria escolhido a aeronave, após buscar no mercado de aeronaves VIPs trocadas (com frequência) pelos sheiks/xeques árabes.
O mercado de aeronaves VIPs usadas do Oriente Médio conta com vários modelos já configurados com com suítes, escritórios, sala de reuniões e muito conforto.
Uma reformulação de uma das duas aeronaves A330-200 da FAB que foram adquiridas no ano passado da companhia AZUL para serem convertidas em veículos de abastecimento aéreo (tankers) chegou a ser cogitada pelo governo (ainda não foram convertidas), porém a ideia foi abandonada por conta do custo alto para a reformulação do interior (configuração VIP).
Escolhida a aeronave, é esperado que o anúncio seja feito em breve.
Antes, durante o governo Dilma (processo iniciado no governo Lula), o Brasil já havia tentado comprar outra aeronave, porém teve que desistir da ideia.
Durante o governo Temer, chegou-se a cogitar a possibilidade da aquisição de um Boeing 767-300 que estava sendo alugado pela presidência, porém a ideia foi enterrada porque o interior da aeronave não seria adequado (conforto).
Consumo da aeronave: Caso o governo tenha escolhido o modelo A330 (escolha ainda está sendo tratada sob formal sigilo, mas como a compra envolve inúmeros funcionários, isso já é discutido de forma aberta), o consumo médio de voo do governo (isso varia de acordo com o padrão do voo) passará de ~2.800kg de combustível por hora para ~5.500kg).
De acordo com a Folha, jornal mais alinhado ao público do presidente, o mandatário estaria disposto a arcar com o ônus político desta compra.
(Em atualização)