BUENOS AIRES, 22 de outubro — De acordo com dados oficiais da Argentina, com mais de 94,18% das urnas apuradas, o atual ministro argentino da Economia Sergio Massa enfrentará em um segundo turno, que será realizado no próximo dia 19 de novembro, o candidato libertário Javier Milei; até o momento, Massa aparece com ~36,43% contra Milei, que aparece com ~30,12% dos votos neste primeiro turno que teve a maior abstenção em 40 anos.
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Os dois candidatos foram seguidos por Patrícia Bullrich, com ~23,85% (ex-ministra da Segurança do governo Macri e -até o momento- rival de Milei), por Juan Schiaretti, com ~6,90% (membro do Partido Justicialista, de centro-esquerda), e por Myriam Bergman, com 2,67% (dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores Socialistas).
Na votação das primárias, no meio do mês de agosto, Milei liderou a disputa com 30%, contra 21,4% de Sérgio Massa e 17% de Patrícia Bullrich (ex-ministra da Segurança do governo Macri), mesmo tendo aparecido em terceiro colocado nas pesquisas.
A Argentina, que vive uma das mais duras crises econômicas de sua história, com uma inflação que poderá superar os 150% neste ano (dados estimados sem contar com a alta deste mês), além de estar passando por uma seca histórica, está contando com uma linha de crédito “abrangente” brasileira e com acordos com a China para tentar estabilizar sua situação.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina, a inflação anual da Argentina atingiu em setembro 138,3% no acumulado de 12 meses; o avanço foi impulsionado principalmente pelos aumentos nos setores de vestuário (15,7%), Recreação e Cultura (15,1%), alimentação e bebidas não alcoólicas (14,3%), restaurantes e hotelaria (13,2%), eletrodomésticos (12,7%), bens e serviços (11,7%), bebidas alcoólicas e tabaco (11,5%%), transporte (10,8%), telefonia (9,6%), saúde (8,7%), serviços essenciais (8,5%) e educação (8,1%).
A inflação mensal argentina alcançou 12,4% neste mês de setembro com relação ao mês de agosto. Essa foi a segunda vez (consecutiva) que o indicador atingiu dois dígitos em 21 anos e é a maior marca já registrada em 32 anos.
No último dia 28 de agosto, em uma coletiva ao lado do ministro da Fazenda Fernando Haddad, durante visita ao Brasil (visita que foi vista como exclusivamente política), o ministro e candidato Sergio Massa anunciou um acordo com o Brasil de até R$ 3 bilhões em financiamentos de exportações.
Segundo o ministro Haddad, para afastar o medo de calote dos exportadores brasileiros, estes venderão para a Argentina, serão pagos pelo Banco do Brasil, que receberá garantia da CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) de um pagamento argentino em Yuan (moeda chinesa).
A conversão da moeda chinesa para reais aconteceria em Londres pelo próprio Banco do Brasil.
De acordo com o que foi dito na coletiva com o ministro argentino, o valor será destinado principalmente ao setores automobilístico e alimentício.
A Argentina também está entre os seis países que foram convidados na última cúpula dos BRICS para integrar o grupo a partir de 2024 (o candidato Javier Milei é radicalmente contra os BRICS*).
(Em atualização)