BRASÍLIA, 5 de dezembro — Com a participação de Lula (entrará em campo amanhã, após retornar nesta noite da – provável – última viagem internacional do ano) e dos ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, a campanha pela aprovação do nome de Flávio Dino no Senado para ocupar uma cadeira no Supremo, no lugar da ex-ministra Rosa Weber, já conta publicamente com o apoio de “no mínimo” 50 votos, dos 41 necessários para a sua aprovação.
Desde a oficialização da indicação, senadores de centro-direita que não são da base política de Lula e presidentes partidários estão recebendo telefonemas de ministros do Supremo em favor da aprovação de Flávio Dino.
De acordo com interlocutores do governo, Lula começará com os telefonemas já amanhã e espera falar com cerca de 20 senadores “indecisos” antes do dia 13 de dezembro (dia da sabatina).
Internamente, membros do governo contam com 47 nomes confirmados de senadores que darão um voto a favor de Dino. A investida do presidente e ministros do Supremo pela aprovação do novo indicado teria a função de gerar uma margem mais tranquila e fazer com que Flávio Dino possa superar a votação do último indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ministro André Mendonça, desafeto de Dino, que foi aprovado no plenário do Senado com 47 votos favoráveis (18 votos a 9 na sabatina da CCJ).
Mendonça é o único ministro que não divulgou apoio público à indicação de Dino ao Supremo.
Apesar da pressão da oposição e de uma provável longa sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ninguém em Brasília espera que a indicação de Dino seja rejeitada.
O Senado só rejeitou 5 candidatos ao Supremo em toda a sua história, todos eles do governo de marechal Floriano Peixoto, em 1894.
A primeira indicação de Lula ao Supremo neste mandato, de seu advogado pessoal Cristiano Zanin, foi aprovada com 58 votos a 18 no Senado (aprovada por 21 votos a 5 na sabatina).
No lugar de Dino no Ministério da Justiça, hoje em Brasília acreditam que será indicada a atual ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ou a presidente da sigla PT e deputada federal Gleisi Hoffmann.
Caso seja aprovado no Senado, como esperado, Dino (55) terá uma cadeira na Corte suprema até 2043.
(Em atualização)