GUAYAQUIL, 9 de janeiro — O novo presidente equatoriano Daniel Noboa utilizou suas redes sociais oficiais para anunciar, na noite de ontem, um estado de exceção” de 60 dias em todo o território nacional para combater a criminalidade do país; novos poderes incluem a autorização para buscas em qualquer residência, buscas em veículos próximos de presídios, buscas realizadas por militares em qualquer presídio do país, a permissão da violação de correspondências, e a implementação de um toque de recolher das 23h às 05h.
A operação foi anunciada após os vários anos de problemas relacionados à violência local (chegou no ponto do ex-presidente pedir, em rede nacional de televisão, que as pessoas adquirissem armas garantir a própria segurança) e após a fuga, no último domingo, do líder (José Adolfo Macías Villamar, “Fito”) da maior organização criminosa local, Los Choneros, do presídio equatoriano de segurança máxima Regional, pouco antes dele ser transferido para o presídio La Roca, de onde ele já havia fugido em 2013.
Dois funcionários do presídio onde estava Fito foram acusados formalmente de auxiliá-lo em sua fuga e várias -por ora, pequenas- rebeliões foram registradas desde então.
A organização Los Choneros é o braço equatoriano do violento Cartel mexicano de Sinaloa e tem ligações com facções colombianas.
O ex-candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, que foi assassinado no ano passado durante um evento de campanha, constantemente relatava ameaças de morte dos Los Choneros.
Os seis presos pelo assassinato do candidato também acabaram mortos em uma rebelião em um presídio da capital (queima de arquivo)*
Nos últimos anos, o país tem enfrentado intensos conflitos contra a narcoviolência. Durante o governo anterior, diversas áreas foram submetidas a estados de emergência e toques de recolher.
O Equador, que escoa boa parte da cocaína dos maiores produtores do mundo, Colômbia e Peru, vem fazendo desde 2021 apreensões recordes da droga, boa parte delas sendo destinada a portos europeus.
Outro recorde local que foi batido recentemente foi o aumento expressivo na taxa de homicídios do país, que dobrou entre os anos de 2021 (2.496 mortes violentas) e 2022 (4.761 mortes violentas), e quase dobrou novamente em 2023, no ano mais violento da história (7.878 mortes violentas e apenas 584 crimes solucionados); localmente e em veículos internacionais de mídia, compararam este aumento com a realidade vivida pelo Brasil (‘taxa brasileira’).
Essa é a primeira medida energética do novo presidente equatoriano, que assumiu a cadeira no último mês de dezembro e governará o país até maio de 2025 (completará o mandato do último governo), no combate à criminalidade do país.
(Em atualização)