DOHA, 23 de fevereiro — As mídias Al-Mayadeen (financiada pelo Irã e ligada ao Hezbollah) e IRNA (estatal de mídia iraniana) repercutiram uma postagem oficial do grupo terrorista Hamas sobre um encontro que foi realizado nas últimas semanas entre o presidente do Partido da Causa Operária do Brasil (PCO) Rui Costa Pimenta e o líder número um do Hamas Ismail Haniyeh, que há anos vive em hotéis de luxo na capital do Qatar.
De acordo com o comunicado do Hamas, a reunião contou com a presença de “vários comandantes” do grupo terrorista, que agradeceram “as posições firmes do Partido Causa Operária do Brasil em apoio ao movimento Hamas e à organização de eventos que promovem a bandeira da Palestina e do Hamas”.
Como resultado da reunião, a nota disse que o partido e o grupo terrorista “chegaram a um entendimento sobre a continuidade das relações e o intercâmbio de pontos de vista sobre várias variáveis e desenvolvimentos, o fortalecimento das relações bilaterais e a realização de trabalhos conjuntos”.
A estatal iraniana IRNA noticiou a reunião com ênfase no “apoio total” que o partido teria declarado ao grupo terrorista.
Desde o 7 de outubro, a sigla política PCO vem organizando diversas manifestações na Avenida Paulista que contam inclusive com a venda de camisetas, bandeiras e adereços do grupo terrorista Hamas. Também são registrados, em todos os eventos, músicas em homenagem ao Hamas e aos outros grupos terroristas da região, incluindo as Brigadas al-Quds (Jihad Islâmica Palestina), Hezbollah, o Talibã e a PFLP.
Ambos os grupos Jihad Islâmica e PFLP participaram do 7 de outubro e declararam que também levaram reféns israelenses para Gaza.
Os itens em homenagem aos grupos terroristas são livremente vendidos na loja online do partido.
A visita acontece no momento de maior tensão entre os governos do Brasil e de Israel, que estão com as relações abaladas desde a visita do presidente Lula à África, onde o mandatário comparou Israel com Hitler.
Ainda no ano passado, o partido também havia gerado polêmica ao declarar apoio irrestrito à Rússia e à milícia russa Grupo Wagner na invasão da Ucrânia*
(Matéria em atualização)