
BRASÍLIA, 4 de março — Apenas quatro dias após anunciar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann — considerada a figura mais radical do partido de Lula — como ministra das Relações Institucionais, o presidente, de acordo com interlocutores da base governista, estaria disposto a entregar a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente ocupada pelo petista Márcio Macêdo, tesoureiro de sua campanha em 2022, ao deputado federal e líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Boulos.
No cargo, Boulos — candidato derrotado de Lula na última eleição para a prefeitura de São Paulo — teria a função de articular com movimentos sociais.
Caso Boulos não assuma a pasta, outro nome cotado para o cargo é o do advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo de juristas lulistas Prerrogativas, o “Prerrô”.
O grupo Prerrogativas, que ganhou fama em sua atuação contra a Lava Jato e a prisão em segunda instância, já conseguiu emplacar ao menos 28 indicações no governo, incluindo a do presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, conhecido na intimidade como “Churrasqueiro do Lula”.
Caso Boulos aceite a indicação, que parece quase certa, é provável que seu partido PSOL, devido ao seu tamanho reduzido, perca o comando do Ministério dos Povos Indígenas, atualmente liderado por Sônia Guajajara.
Uma solução para evitar a demissão da ministra seria a desfiliação de Boulos, que há muito tempo recebe propostas para trocar o PSOL pelo PT.
Entre os nomes que também devem ser acomodados no governo nesta nova reforma ministerial estão o deputado Arthur Lira, cotado para o Ministério da Agricultura com o respaldo de Hugo Motta; o senador Rodrigo Pacheco, possível futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, atualmente comandado por Geraldo Alckmin; e a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), que deverá ser convidada para o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI).
O PSD de Gilberto Kassab, que já comanda os ministérios de Minas e Energia (Alexandre Silveira), Agricultura (Carlos Fávaro) e Pesca (André de Paula), também deverá ampliar sua participação no governo.
A sigla tem interesse em pastas de maior relevância, como os ministérios dos Transportes (Renan Filho) e das Cidades (Jader Barbalho Filho), ambos sob o comando do MDB, além da Integração e do Desenvolvimento Regional (Waldez Góes), atualmente nas mãos do PDT.
Também é esperado que o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (SECOM), Paulo Pimenta, substitua Paulo Teixeira no comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
(Matéria em atualização)