Presidente russo Vladimir Putin anuncia que reconhece a independência de Luhansk e Donetsk, regiões do leste ucraniano, centro do atual conflito entre Rússia e Ucrânia

Presidente russo Vladimir Putin durante o anúncio de reconhecimento de independência da região de Donbas | Imagem da própria transmissão estatal

MOSCOW, 21 de fevereiro — O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acabou de reconhecer a independência das autoproclamadas República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk, em Donbas, Ucrânia.

Na prática, a assinatura deste decreto coloca Rússia e Ucrânia em um embate direto.

Na tarde de hoje, os líderes separatistas das regiões de Donetsk e Luhansk, respectivamente Denis Pushilin e Leonid Pasechnik, no leste da Ucrânia, pediram oficialmente que o presidente russo Vladimir Putin reconhecesse a independência da região de Donbas.

Os pedidos foram transmitidos pela TV estatal russa.

Logo após os pedidos, o presidente russo convocou uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, onde ouviu de todos os seus ministros e conselheiros, que deveria sim aceitar o reconhecimento da independência de Donbas.

O ministro da defesa russo Sergey Shoygu, durante o sua participação no Conselho, disse que a Ucrânia possui 59,3 mil soldados ucranianos “perto das fronteiras com Donetsk e Luhansk” (Donbas, Ucrânia), citando cada tipo de equipamento, localizações e a quantidade de soldados em cada unidade*

Ele também disse que a “capacidade nuclear da Ucrânia é maior que a do Irã ou Coreia do Norte” (essa parte não faz o menor sentido e cria uma situação sem retorno*)

A menção as armas nucelares foi repetida no discurso do próprio presidente russo.

Com o reconhecimento de independência, os pedidos feitos na manhã de hoje por uma intervenção militar russa na região, deixam de ser considerados como um pedido de “invasão”, já que a Rússia deixa de ver o local como parte da Ucrânia.

Durante o discurso, o presidente Vladimir Putin disse que foi um erro a União Soviética ter permitido sua “divisão em repúblicas” sem “cláusulas” e que a Ucrânia não era um país soberano e não deveria existir.

Foi um discurso para o público interno, com muita história da União Soviética, e basicamente voltado a justificar o que provavelmente acontecerá em Donbas.

Com uma guerra surgindo a partir deste movimento ou não, a Rússia provavelmente já sofrerá todas as sanções prometidas desde o início*

Hoje, a 70~75% de toda a Força terrestre da Rússia (126 BTGs/batalhões táticos, cada um com no mínimo 750 soldados -total de praticamente 190.000 militares- está a 60km da Ucrânia, além de 35 batalhões de defesa aérea e ~550 caças/bombardeiros.

Este movimento começou em março do ano passado, com várias movimentações de equipamentos militares pelo território russo.

Não é realista imaginar que ~75% das forças terrestres russas estão na fronteira com a Ucrânia apenas para garantir a independência de Luhansk e Donetsk.


(em atualização / continua sendo errado prever cenários e prazos)

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