Boris Johnson se posiciona sobre a questão de atletas trans em competições esportivas; “Eu não acho que homens biológicos deveriam competir em eventos esportivos femininos”.

Primeiro-ministro britânico Boris Johnson | Imagem por Number 10 (página oficial do governo britânico)

LONDRES, 06 de abril — O primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse há pouco em uma entrevista seu posicionamento -o primeiro emitido por um líder mundial- sobre a participação de atletas trans em eventos esportivos femininos; o posicionamento surgiu após o líder britânico ser questionado sobre o caso Emily Bridges, ciclista que foi recentemente considerada “inelegível” para competir em sua primeira corrida feminina de elite pelo órgão mundial de ciclismo, UCI.

Boris falou sobre uma série de questões, incluindo a abordagem do governo à proibição da chamada terapia de conversão, antes de acrescentar: “Não acho que homens biológicos devam competir em eventos esportivos femininos. Isso me parece sensato.

Antes do anúncio sobre a proibição da participação de Emily Bridges, uma carta assinada por um grupo de ciclistas de elite incluindo atletas olímpicas aposentadas, cientistas e pesquisadores – chegou a ser entregue ao órgão mundial do ciclismo, a UCI (União Ciclista Internacional), pedindo que ele “rescindisse” suas regras sobre participação de atletas trans e a liberação de atletas com base em níveis de testosterona, e implementasse critérios de elegibilidade para mulheres “com base nas características biológicas femininas”.

Pontos que a carta defendia:

•A participação de atletas trans deve ser “rescindida”, a menos que a UCI possa fornecer “provas científicas robustas de que as regras garantem justiça para atletas do sexo feminino”;
•Níveis mais baixos de testosterona “não podem mitigar suficientemente todas as vantagens do esporte masculino”;
•As regras atuais são “assimétricas” e “discriminatórias” e a UCI precisa “envolver melhor” a “voz independente das atletas de elite”.

Emily Bridges, atleta que diz ter descoberto sua transexualidade em 2020, faz tratamentos hormonais desde o ano passado, comentou que cumpriu todas as exigências (concentração máxima permitida de testosterona no sangue) e que se sentiu “assediada e demonizada” com a decisão da UCI.

Zach Bridges em 2018 | Imagem por BBC (reprodução)

O Órgão mundial disse que negou a elegibilidade de Bridges para competir em competições internacionais porque seu processo ainda não estava completo, então na teoria, a questão não foi encerrada, apenas adiada*


(em atualização / este é um dos assuntos mais comentados localmente e provavelmente será definido por políticos do mundo inteiro, incluindo no Brasil* … que na prática poderá ser definido pelo STF)

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