ROMA, 21 de julho — O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, burocrata de 74 anos, renunciou na manhã desta quinta-feira após os principais partidos aliados da coalizão que formam o seu governo boicotarem um voto de desconfiança no Parlamento, sinalizando a possibilidade de eleições antecipadas na Itália e um novo período de incerteza no país (a política local sempre foi assim).
O primeiro-ministro já havia apresentado uma carta pública de renúncia ao cargo no último dia 14/07, porém a renúncia havia sido negada pelo presidente italiano, que pediu que ele tentasse conversar com o Parlamento*
No outro pedido de renúncia, o motivo teria sido o boicote de um partido aliado, o 5 Estrelas (5SM), do ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, na votação de um “voto de desconfiança”.
Desta vez, após uma votação que aconteceu na noite de ontem, outros dois partidos aliados, a “Liga” e “Forza Italia”, participaram do boicote.
O pedido formal de renúncia de hoje foi entregue por Draghi ao presidente Sergio Mattarella durante uma reunião matinal no Palácio do Quirinale.
O gabinete presidencial, que da outra vez emitiu uma nota negando a renúncia, disse que o presidente “tomou nota” e pediu ao governo de Draghi que permanecesse como interino até as eleições antecipadas que acontecerão provavelmente em outubro (naturalmente elas aconteceriam apenas em 2023).
Os partidos que mais se beneficiarão desta crise política são a “Liga”, de direita, mas que sempre foi base de sustentação do atual primeiro-ministro Draghi, o “Forza Italia”, de centro-direita, e o também de direita (chamado pela mídia local de “extrema direita”) Irmãos da Itália (FdI), que está liderando as pesquisas de opinião, tendo sua líder Giorgia Meloni apontada como possível nova primeira-ministra.
Ela não fazia parte do governo de coalizão do atual primeiro-ministro interino e pediu repetidamente na semana passada por eleições antecipadas.
“Tenho minhas próprias ideias sobre como esta nação deve ser governada, o que deve ser feito, qual deve ser sua estratégia industrial” –Giorgia Meloni
(em atualização)