CARACAS, 28 de agosto — Foi entregue há pouco, na capital venezuelana Caracas, pelas mãos do novo embaixador designado da Colômbia na Venezuela, Armando Benedetti, braço direito do novo presidente colombiano e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, o documento que formaliza o restabelecimento das relações diplomáticas bilaterais entre Colômbia e Venezuela; os dois países compartilham uma fronteira de ~2.200 quilômetros e não mantêm relações diplomáticas desde fevereiro de 2019, por ordem do próprio ditador local Nicolás Maduro em meio a uma escalada de tensões com o ex-presidente Iván Duque, pelo apoio público da Colômbia ao líder da oposição venezuelana Juan Guaidó.
“As relações com a Venezuela nunca deveriam ter sido quebradas. Somos irmãos e uma linha imaginária não pode nos separar, muito menos uma política pública de Estado, como aconteceu com o presidente Duque […] Vamos buscar uma zona econômica, isenções fiscais e legislação que permita ao governo colombiano investir em obras que impactem o desenvolvimento da região” –Armando Benedetti, novo embaixador designado da Colômbia na Venezuela, braço direito do atual presidente (chegou a coordenar a campanha do novo presidente colombiano)
Benedetti é próximo do presidente colombiano Gustavo Petro deste 2006 e foi nomeado há uma semana para o cargo.
Do outro lado, o representante venezuelano na Colômbia será o ex-chanceler e atual diretor do Centro Internacional de Investimento Produtivo (CIIP), Félix Plasencia.
Ao chegar à Venezuela, Benedetti foi recebido pelo vice-chanceler venezuelano, Rander Peña Ramírez, que disse em suas redes sociais: “Em nome do presidente Nicolás Maduro, recebemos Armando Benedetti, nomeado embaixador da República da Colômbia na República Bolivariana da Venezuela, no nosso país. Nossos laços históricos nos chamam a trabalhar juntos pela felicidade de nossos povos. Bem-vindo!”.
Os dois países projetam que suas relações comerciais atingirão a cifra de US$800 milhões a US$ 1,2 bilhão de dólares já neste ano.
Relevante: A Venezuela e as FARC estão em guerra há alguns anos na fronteira com a Colômbia (com a utilização de blindados e caças). A nova postura colombiana pode OU levar o novo presidente a ser morto pelas FARC, OU um grande acordo pode acabar unindo os dois lados. A Colômbia há muitos anos é próxima dos Estados Unidos, enquanto a Venezuela tem seu líder protegido fisicamente por milicianos (Wagner) e militares russos (além da proximidade com o governo iraniano e da utilização de armas e equipamentos chineses).
Na última semana, o comboio que integraria segurança do novo presidente colombiano foi alvejado por um grupo que simulou falsa blitz no norte do país (todos estavam armados com fuzis / ele ainda não estava no local).
Ainda é esperado um certo pragmatismo no governo colombiano, apesar do claro novo posicionamento no alinhamento político mundial e da pressa exibida neste primeiro passo diplomático*
(em atualização)