Alexandre de Moraes determina que a PF ouça o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira no âmbito da operação que mirou o senador Marcos do Val

Ministro Alexandre de Moraes | Imagem por Pedro França/Agência Senado

BRASÍLIA, 16 de junho — O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o ex-presidente da república Jair Bolsonaro e o ex-deputado federal Daniel Silveira deverão ser ouvidos pela Polícia Federal no âmbito da operação que foi realizada ontem e que tinha como alvo três endereços do senador Marcos do Val; documento foi assinado na última quarta-feira (14).

A justificativa para as oitivas, que tiveram apoio da Procuradoria-Geral da República (apenas quanto ao ex-deputado), teria partido das análises dos dados do celular do senador, que foi apreendido em fevereiro deste ano, e que mostrava conversas com Daniel Silveira.

A PGR disse que se manifestaria sobre oitivas de outras pessoas, além de Do Val e Daniel Silveira, apenas em um momento posterior (caso do ex-presidente Jair Bolsonaro), o que não foi considerado por Alexandre de Moraes.

“Identificar e proceder à oitiva de outros agentes com os quais o investigado tenha interagido mediante incitação e/ou cooptação para a prática de atos tendentes e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, bem como proceder à oitiva de Daniel Lucio Silveira e de Jair Messias Bolsonaro quanto aos fatos expostos” -trecho da decisão que foi obtida pela coluna do jornalista Paulo Cappelli, no Metrópoles

Em fevereiro deste ano, Do Val havia concedido uma entrevista ao MBL e à revista VEJA no qual acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de planejar um “golpe“ (citando o ex-deputado Daniel Silveira como interlocutor, que teria se comunicado com o senador através de mensagens de texto). O senador chegou a conceder uma longa entrevista à emissora local GloboNews falando detalhadamente sobre a questão, que foi negada pelo ex-presidente.

Após a polêmica sobre o que foi dito, o senador voltou atrás e disse que tudo não passava de um plano e que tinha aumentado o caso de propósito (confessou isso ao vivo na TV).

Na época, Do Val, que tem mandato até 2026, chegou a anunciar publicamente que renunciaria ao cargo, e depois -também- voltou atrás.

Nas últimas semanas, o senador andava com pen drives dizendo possuir provas sobre a questão do dia 8 de janeiro e a participação do atual governo no movimento.

Há meses o senador é visto andando com laudos que dizem que ele não possui problemas psicológicos (laudo médico do Senado)*

Relembrando: A Polícia Federal cumpriu ontem, no aniversário de Marcos do Val mandados de busca e apreensão em três endereços do senador em Brasília (incluindo o gabinete de Do Val, sob autorização do presidente do Senado) e no Espírito Santo.

O senador está sendo investigado pelos crimes de “divulgação de documento confidencial”, “associação criminosa”, “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, “golpe de Estado” e “organização criminosa”.

As contas das redes sociais do senador também foram retiradas do ar por decisão do ministro Alexandre de Moraes.


(Em atualização)

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