BUENOS AIRES, 19 de novembro — Antes mesmo dos resultados oficiais serem divulgados (serão divulgados às 21h), o candidato governista Sergio Massa, atual ministro da Economia da Argentina, durante um pronunciamento, reconheceu agora a sua derrota para o candidato libertário à presidência Javier Milei (52), da sigla La Liberdad Avanza, que será o próximo presidente da Argentina; o pleito contou com a participação de 76,35% dos argentinos.
Os primeiros números indicam um vitória de ~55,95% a 44,04% para Milei, que já chamou recentemente o presidente brasileiro de “comunista” e “corrupto”.
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Seguindo o protocolo local (burocracia), apesar da divulgação oficial, a apuração da Justiça Eleitoral argentina dos votos será realizada após 48 horas do pleito que foi realizado hoje.
“Obviamente, os resultados não são os que esperávamos. Me comuniquei com Javier Milei para parabenizá-lo e para desejá-lo sorte porque ele é o presidente que a maioria dos argentinos escolheu para os próximos quatro anos” -Sergio Massa
Milei tomará posse em 10 de dezembro de 2023 para um mandato de quatro anos, até dezembro de 2027.
O presidente-eleito Javier Milei, que é descrito pela mídia internacional como um “político de extrema-direita” ou “ultraconservador”, nasceu em Buenos Aires em 1970, é um economista, escritor, docente, político e deputado argentino, e lidera a sigla política La Libertad Avanza.
Autointitulado “libertário”, Milei é formado em Economia pela Universidade de Belgrano e pós-graduado em Teoria Econômica e Ciências Econômicas.
A Argentina, que vive uma das mais duras crises econômicas de sua história, com uma inflação que deverásuperar os 150% neste ano, além de estar passando por uma seca histórica, está contando com uma linha de crédito “abrangente” brasileira e com acordos com a China para tentar estabilizar sua situação.
No último dia 28 de agosto, em uma coletiva ao lado do ministro da Fazenda Fernando Haddad, durante visita ao Brasil (visita que foi vista como exclusivamente política), o ministro e candidato Sergio Massa anunciou um acordo com o Brasil de até R$ 3 bilhões em financiamentos de exportações.
Segundo o ministro Haddad, para afastar o medo de calote dos exportadores brasileiros, estes venderão para a Argentina, serão pagos pelo Banco do Brasil, que receberá garantia da CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) de um pagamento argentino em Yuan (moeda chinesa).
A conversão da moeda chinesa para reais aconteceria em Londres pelo próprio Banco do Brasil.
De acordo com o que foi dito na coletiva com o ministro argentino, o valor será destinado principalmente ao setores automobilístico e alimentício.
A Argentina também está entre os seis países que foram convidados na última cúpula dos BRICS para integrar o grupo a partir de 2024 (o presidente-eleito Javier Milei é radicalmente contra os BRICS*).
(Em atualização)