QUITO, 2 de junho — O presidente equatoriano Guillermo Lasso, que está no cargo desde 2021 e assinou no último dia 17/05 um decreto (Decreto Executivo 741) que dissolveu a Assembleia Nacional de seu país para convocar novas eleições, anunciou nesta tarde que não concorrerá ao próximo pleito; as eleições que elegerão os novos deputados e o próximo presidente estão marcadas para acontecer em 20 de agosto.
Em caso de segundo turno, a nova rodada do pleito será realizada em 15 de outubro.
Foi a primeira vez no país que um presidente utilizou este meio constitucional de convocar novas eleições.
As eleições equatorianas estavam marcadas para acontecer naturalmente apenas em 2025.
Lasso se encontrava no meio de um processo de impeachment (processo começou a tramitar ontem na Assembleia Nacional) por ser acusado de fazer vista grossa (peculato) em um suposto desfalque relacionado a um contrato da empresa estatal de transporte de petróleo Flopec, e já venceu outro processo de impeachment em junho do ano passado por “grave crise interna” (sem imputação de crime).
Para ser afastado no último processo de impeachment, eram necessários 92 votos favoráveis ao afastamento, entre os 137 membros da Casa legislativa. No entanto, a oposição obteve apenas 80 e não conseguiu destituir Guillermo Lasso.
O país vem passando por uma dura crise institucional que envolve o aumento da narcoviolência em grande parte do território nacional, o aumento do custo de vida, como é registrado no resto do mundo, e a mobilização e crescimento da oposição política local (esquerda).
Com a utilização do artigo 148, que ativa a medida que dissolveu o parlamento local, o presidente Lasso está governando o país via decretos até que seja empossado um novo presidente, que agora foi confirmado que não será mais ele.
Os candidatos mais falados até o momento são o ativista e líder de esquerda Yaku Pérez, o empresário Jan Topic, o ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner, o ex-deputado Fernando Villavicencio, do ex-prefeito de Zamora e ex-deputado Salvador Quishpe e o ex-deputado Daniel Noboa (ou seu pai Álvaro Noboa, que também anunciou sua candidatura).
Os partidos ainda indicarão formalmente seus representantes para o próximo pleito.
Na última pesquisa local, 32,2% das pessoas responderam que votariam em quem o ex-presidente socialista Rafael Correa escolhesse.
(Em atualização)