ISTANBUL, 4 de junho — O Secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse há pouco que a Suécia já teria atendido às solicitações turcas para a aprovação do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN); um acordo rápido era esperado após as eleições turcas que terminaram no último dia 28/05.
“A Turquia tem preocupações legítimas de segurança. Nenhum outro aliado da OTAN enfrentou mais ataques terroristas, mas a Suécia tomou medidas concretas significativas para atender às preocupações da Turquia […] A adesão tornará a Suécia, assim como a OTAN e a Turquia, mais fortes. Estou ansioso pela conclusão do processo de adesão da Suécia […] A Suécia cumpriu as suas obrigações.” –Jens Stoltenberg
Finlândia (se tornou membro pleno do tratado no dia 04/04) e Suécia deram entrada no processo de adesão ao grupo em julho do ano passado, porém a entrada da Suécia acabou sendo adiada para que o país conseguisse negociar a aprovação da Turquia, já que a adesão precisa da ratificação de todos os atuais membros (31).
Apesar de vários acordos realizados e várias concessões por parte da Suécia, o último pedido turco, a extradição de cerca de 150 pessoas (além das que já haviam sido enviadas no acordo inicial) que a Turquia considera “terroristas”(membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão/PKK), acabou paralisando a negociação.
Era esperado que um acordo fosse fechado após a eleição presidencial turca, tanto pelo ponto da Suécia tentar negociar com um possível novo presidente, quanto pelo próprio Erdogan não se indispor com a ala mais radical de seu partido antes do pleito.
De acordo com estatais da Rússia, a Turquia se encontra na “lista de países não-amigos” do país desde a aprovação da Finlândia no grupo.
Apesar da confusão criada pelo discurso da Rússia não permitir membros da OTAN em sua vizinhança, Estônia e Letônia, que fazem fronteira com a Rússia, são membros da OTAN desde 2004 e não tinham uma relação ruim com o país antes da nova incursão russa na Ucrânia de fevereiro de 2022.
A Finlândia, que agora é um membro pleno na OTAN, tem a maior fronteira da União Europeia com a Rússia, e suas fronteiras estão vazias militarmente como nunca estiveram antes (incluindo batalhões conhecidos que lutaram na última guerra contra a Finlândia).
Outra mudança que está sendo negociada com a Turquia é a questão da aprovação americana sobre a venda de caças F-16 ao país e a modernização dos F-16 que a Força Aérea turca já possui.
A questão da modernização dos caças turcos já está sendo resolvida pela Câmara dos Deputados americana, porém a venda provavelmente será aprovada apenas após o acordo de entrada da Suécia na OTAN ser chancelado pela Turquia.
O Senado americano não participa desse tipo de aprovação, mas faz questão que a Turquia cumpra primeiro a sua parte do acordo antes da venda dos caças (acordo de US$ 20 bilhões), sob ameaça de retaliar os projetos que chegam da Câmara (política interna dos Estados Unidos).
(Em atualização)