Após fritura pública, Lula confirma a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que será substituída por Padilha

[Ex-]Ministra Nísia Trindade, Lula e Alexandre Padilha | Imagem por José Cruz/Agência Brasil

BRASÍLIA, 25 de fevereiro — O presidente Lula demitiu há pouco, em uma reunião breve no Palácio do Planalto, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que há dias vinha sofrendo uma intensa pressão pública de parte da base política do presidente por não apresentar resultados aproveitáveis em 2026 e pelos números alarmantes da dengue que em 2024 registrou um aumento histórico de 412% nas mortes em relação ao ano anterior.

O deputado federal Alexandre Padilha (PT), atual ministro das Relações Institucionais e responsável pela articulação política do governo Lula, que já comandou o Ministério da Saúde entre 2011 e 2014 durante a gestão de Dilma Rousseff, assumirá novamente a pasta da Saúde, um cargo que, desde o início do atual governo, tem sido alvo de disputa pelo Centrão.

A mudança sinaliza o início de uma nova reforma ministerial, que deve incluir também a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, além de diversos nomes destacados do Centrão.

Gleisi, que tenta emplacar um terceiro mandato na presidência do PT através de uma manobra vista como “golpe” pela ala opositora do partido e é tida como a figura mais radical da legenda, deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência.

O Ministério das Relações Institucionais, responsável pela distribuição de emendas parlamentares e que ficará vago com a saída de Padilha, tem atraído o interesse do novo presidente da Câmara, Hugo Motta. Ele busca emplacar na pasta o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), aliado próximo do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Como alternativa, Motta também cogita o nome do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o que evitaria conflitos decorrentes da rivalidade regional entre Bulhões e Arthur Lira.

Apesar do interesse do Centrão na pasta responsável pelo controle das emendas, o deputado federal José Guimarães (PT-CE) é, hoje, o nome mais cotado para o ministério.

Entre os nomes do Centrão que devem ser acomodados no governo estão o deputado Arthur Lira, cotado para o Ministério da Agricultura com o respaldo de Hugo Motta; o senador Rodrigo Pacheco, possível futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, atualmente ocupado por Geraldo Alckmin; e a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), que deverá ser convidada para o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI).

O PSD de Gilberto Kassab, que já comanda os ministérios de Minas e Energia (Alexandre Silveira), Agricultura (Carlos Fávaro) e Pesca (André de Paula), deverá ampliar sua participação no governo.

A sigla tem interesse em pastas de maior relevância, como os ministérios dos Transportes (Renan Filho) e das Cidades (Jader Barbalho Filho), ambos sob o comando do MDB, além da Integração e do Desenvolvimento Regional (Waldez Góes), atualmente nas mãos do PDT.

Também é esperado que o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (SECOM), Paulo Pimenta, substitua Paulo Teixeira no comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que já possui diversas indicações no Palácio do Planalto, é apontado como um dos principais articuladores da reforma ministerial e da ampliação do espaço do Centrão. O governo aposta nesse movimento para fortalecer sua base política e tentar melhorar sua imagem para 2026.

Ex-ministra Nísia Trindade | Imagem por Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Com a demissão de hoje da ministra Nísia, cientista que presidia a Fiocruz antes de integrar o governo, restam apenas 9 ministras mulheres entre os 38 ministérios.


(Matéria em atualização)

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