Após Lula ser transformado em persona non grata por Israel, governo dobra a aposta e chama de volta embaixador do Brasil em Tel Aviv

Presidente Lula durante o seu polêmico discurso na Etiópia | Imagem por Ricardo Stuckert/PR

BRASÍLIA, 19 de fevereiro — Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido transformado em persona non grata por Israel (deixa de ser bem-vindo ao país e sua visita é oficialmente considerada indesejável) após o mandatário ter comparado o país à Hitler, governo brasileiro chama de volta embaixador do Brasil em Tel Aviv Frederico Meyer para consultas; o retorno de Meyer ao Brasil representa na diplomacia uma medida excepcional que simboliza desconforto e descontentamento nas relações entre os países (agravamento da situação).

O governo também teria se sentido ofendido por conta do embaixador brasileiro ter sido levado ao Museu do Holocausto nesta manhã, em Jerusalém, a pedido do governo israelense. Durante a visita, o chanceler israelense Israel Katz mostrou ao embaixador brasileiro uma lista com os nomes dos seus familiares que foram vítimas do regime nazista.

O anúncio oficial será emitido pelo Itamaraty ainda hoje.

É esperado que o chanceler formal Mauro Vieira (ocupa a cadeira que na prática é representada pelo assessor Celso Amorim) faça uma declaração sobre as relações de Brasil e Israel. Na declaração não são esperados pedidos de desculpas pelo presidente Lula, que já disse a aliados que mantém sua posição.

Relevante: Interlocutores do governo estão demonstrando preocupação com o encontro que o presidente tem agendado na próxima quarta-feira, por conta do G20, com o Secretário de Estado Americano Antony Blinken, que representa o maior aliado israelense e que também é judeu.


(Matéria em atualização)

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