BRASÍLIA, 21 de agosto — Segundo dados obtidos através de imagens de satélite do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) do Brasil, a Amazônia brasileira registrou até agora, em 2024, pelo menos 59.263 incêndios, atingindo a sua pior marca em 17 anos.
É esperado que os números aumentem, já que os dados são coletados mensalmente e ainda não concluímos o mês de agosto, além de que ainda nem chegamos ao período de pico na região, que ocorre entre setembro e outubro.
Ainda de acordo com o INPE, se levarmos em consideração apenas os focos de incêndio registrados até junho deste ano, a região registrou um aumento de 61% em comparação com o ano passado.
Os números do primeiro semestre (13.489 focos de incêndio) só ficam atrás dos registrados em 2003 (17.143 focos de incêndio) e 2004 (17.340 focos de incêndio). No mesmo período do ano passado, foram contabilizados 8.344 registros.
Somente neste mês de agosto, que ainda não terminou, foram registrados mais de 22 mil focos de incêndio na Amazônia. Em agosto do ano passado foram contabilizados 12 mil registros.
Desde 1º de julho, 67,2% dos focos de incêndio registrados estão localizados nos estados do Amazonas e Pará.
A fumaça das queimadas na Amazônia está sendo transportada por um corredor de ar e já foi registrada em várias regiões do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e até no Rio Grande do Sul (fator de risco para pessoas com problemas respiratórios).
De acordo com institutos de meteorologia, uma frente fria que está se aproximando das regiões Sul e Sudeste do país deverá agravar o cenário e aumentar a quantidade de fumaça, atingindo com mais intensidade a capital do estado de São Paulo, estendendo-se para o interior do estado e afetando também Belo Horizonte, em Minas Gerais, e várias cidades do Paraná.
A mesma frente fria deverá ajudar a dissipar a fumaça ainda neste fim de semana.
Oficialmente, o governo atribui o aumento nos números ao El Niño, à grande seca associada a esse fenômeno meteorológico e ao aquecimento global.
(Matéria em atualização)