BUENOS AIRES, 03 de janeiro — O governo argentino confirmou hoje que prendeu, em uma ação realizada no último dia 30 de dezembro pela Policia Federal Argentina e a Unidad de Investigación Antiterrorista, em parceria com a Dirección Nacional de Inteligencia Criminal (DINIC) e a Policía de Seguridad Aeroportuaria (PSA), com base em dados recebidos por agências de Inteligência dos Estados Unidos e de Israel, três estrangeiros de origem síria e libanesa por suspeita de terrorismo; Dois dos três suspeitos foram presos no centro de Buenos Aires e o terceiro foi preso na região de Avellaneda (os três entraram no país por origens distintas).
As agências de Segurança argentinas também anunciaram a apreensão de uma encomenda com cerca de 35kg, que partiu do Iêmen, de uma região controlada pelos Houthi (grupo terrorista de rebeldes iemenitas financiados e armados pelo Irã) que iria para o hotel onde os três presos se hospedariam, que fica extremamente perto da embaixada israelense (cerca de dois quarteirões).
Com um dos presos, de origem síria, foram encontrados passaportes da Venezuela e da Colômbia, ambos em seu nome (entrou na Argentina pela Colômbia).
Os outros dois presos seriam “membros de uma célula terrorista”.
O país está em alerta máximo por estar sediando desde o último dia 27 de dezembro, na capital Buenos Aires, a 15ª edição dos Jogos Macabeus Panamericanos, um evento esportivo que conta com a participação de mais de 4.200 atletas judeus de 22 países.
Apesar de nenhum grupo ter sido citado pelo governo argentino, o país teve problemas no passado recente com o Irã e sua milícia libanesa, o Hezbollah.
A Argentina já foi alvo de dois ataques terroristas do grupo terrorista (e partido político local) libanês Hezbollah, nos anos de 1992, contra a embaixada israelense de Buenos Aires, que terminou com 29 mortos e mais de 200 feridos, e 1994, contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina, que terminou com 85 mortos e deixou mais de 300 pessoas feridas.
Apesar dos ataques, apenas em 2019 o Hezbollah foi oficialmente designado como um “grupo terrorista” pela Argentina, em uma medida que foi seguida pelo Paraguai, que junto com o Brasil, combatem a atividade deste grupo nos portos, aeroportos e na Tríplice Fronteira (o Hezbollah atua junto com a facção PCC no escoamento de drogas através de portos e aeroportos da região sudeste do Brasil).
Outro suspeito: Em outubro do ano passado, um cidadão iraquiano identificado como Masood Yousif Simo Faeedi (entrou como refugiado), nascido em 1999, foi detido no país por suspeita de terrorismo enquanto falava ao telefone (em árabe) na frente da embaixada israelense, na semana em que o prédio havia sido esvaziado por ameaças de bomba. Ele portava um passaporte argentino falso e já havia sido detido no mês de agosto (também com documentos falsificados).
Ambos os casos estão sendo tratados sob sigilo pelo governo argentino.
(Em atualização)