Atrás de países como Burkina Faso, Ruanda e Cuba, Brasil cai para a 107ª posição no Índice de Percepção da Corrupção, com sua pior nota da história

Esplanada dos Ministérios | Imagem por Joédson Alves/Agência Brasil

BRASÍLIA, 11 de fevereiro — De acordo com o ranking da Transparência Internacional, que atribui anualmente uma pontuação de 0 a 100 ao Índice de Percepção da Corrupção (IPC) com base na impressão de especialistas e empresários locais sobre a corrupção no setor público em 180 países, o Brasil alcançou em 2024 a pior posição de sua história.

Entre os 180 países avaliados, com a maior pontuação indicando uma percepção de integridade, o Brasil obteve 34 de 100 pontos e ficou na 107ª posição, atrás de países como Gâmbia, Ruanda, Cuba, Omã, Namíbia e até ditaduras abertamente corruptas como Burkina Faso.

Entre os fatores destacados pela Transparência Internacional como responsáveis pela queda do Brasil no ranking — de uma posição já considerada ruim — estão o silêncio do presidente Lula sobre a pauta anticorrupção, a renegociação de acordos de leniência de empresas que confessaram casos graves de corrupção, com conflitos de interesses expostos, como escritórios de advocacia de esposas e filhos de ministros do Supremo representando as empresas julgadas pelo próprio Supremo, a permanência do ministro Juscelino Filho, indiciado pela Polícia Federal — durante o atual governo — por corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa, a retomada da influência de empresários e empresas que confessaram esquemas, como os irmãos Joesley e Wesley Batista, a Odebrecht (atualmente NOVONOR) e OAS, a falta de transparência do Novo PAC, o aumento da percepção de interferência na Petrobras, as decisões monocráticas do ministro Dias Toffoli, que causaram efeitos cascata e limparam as fichas de inúmeros políticos, o descontrole das emendas orçamentárias e a PEC da anistia aos partidos políticos que burlaram a regra da cota feminina de candidaturas para desviar recursos.

Os 10 primeiros países no ranking, com as maiores percepções de integridade, são Dinamarca, com nota 90, seguida pela Finlândia, com 88. Singapura ocupa o 3° lugar com 84, e a Nova Zelândia está em 4° com 83. Luxemburgo, Noruega e Suíça dividem o 5° lugar, cada um com nota 81. A Suécia aparece em 8° lugar com 80, e a Holanda segue em 9° com 78. Por fim, Austrália, Islândia e Irlanda completam os 10 primeiros lugares, com uma nota de 77.

Os 10 piores do ranking deste ano foram, em ordem do melhor – entre os últimos – para o pior: Coreia do Norte e Sudão, com 15 pontos; Nicarágua, com 14 pontos; Guiné Equatorial, Eritreia, Líbia e Iêmen, com 13 pontos; Síria, com 12 pontos; Venezuela, com 10 pontos; Somália, com 9 pontos; e Sudão do Sul, com 8 pontos.

Ranking completo:

Posição – País – Nota

1° Dinamarca 90

2° Finlândia 88

3° Cingapura 84

4° Nova Zelândia 83

5° Luxemburgo 81

5° Noruega 81

5° Suíça 81

8° Suécia 80

9° Holanda 78

10° Austrália 77

10° Islândia 77

10° Irlanda 77

13° Estônia 76

13° Uruguai 76

15° Canadá 75

15° Alemanha 75

17° Hong Kong 74

18° Butão 72

18° Seicheles 72

20° Japão 71

20° Reino Unido 71

22° Bélgica 69

23° Barbados 68

23° Emirados Árabes Unidos 68

25° Áustria 67

25° França 67

25° Taiwan 67

28° Bahamas 65

28° Estados Unidos 65

30° Israel 64

30° Coreia do Sul 64

32° Chile 63

32° Lituânia 63

32° São Vicente e Granadinas 63

35° Cabo Verde 62

36° Dominica 60

36° Eslovênia 60

38° Letônia 59

38° Catar 59

38° Santa Lúcia 59

38° Arábia Saudita 59

42° Costa Rica 58

43° Botsuana 57

43° Portugal 57

43° Ruanda 57

46° Chipre 56

46° República Tcheca 56

46° Granada 56

46° Espanha 56

50° Fiji 55

50° Omã 55

52° Itália 54

53° Bahrein 53

53° Geórgia 53

53° Polônia 53

56° Maurício 51

57° Malásia 50

57° Vanuatu 50

59° Grécia 49

59° Jordânia 49

59° Namíbia 49

59° Eslováquia 49

63° Armênia 47

63° Croácia 47

65° Kuwait 46

65° Malta 46

65° Montenegro 46

65° Romênia 46

69° Benim 45

69° Costa do Marfim 45

69° São Tomé e Príncipe 45

69° Senegal 45

73° Jamaica 44

73° Kosovo 44

73° Timor-Leste 44

76° Bulgária 43

76° China 43

76° Moldávia 43

76° Ilhas Salomão 43

80° Albânia 42

80° Gana 42

82° Burkina Faso 41

82° Cuba 41

82° Hungria 41

82° África do Sul 41

82° Tanzânia 41

82° Trindade e Tobago 41

88° Cazaquistão 40

88° Macedônia do Norte 40

88° Suriname 40

88° Vietnã 40

92° Colômbia 39

92° Guiana 39

92° Tunísia 39

92° Zâmbia 39

96° Gâmbia 38

96° Índia 38

96° Maldivas 38

99° Argentina 37

99° Etiópia 37

99° Indonésia 37

99° Lesoto 37

99° Marrocos 37

104° República Dominicana 36

105° Sérvia 35

105° Ucrânia 35

107° Argélia 34

107° Brasil 34

107° Malaui 34

107° Nepal 34

107° Níger 34

107° Tailândia 34

107° Turquia 34

114° Bielorrússia 33

114° Bósnia e Herzegovina 33

114° Laos 33

114° Mongólia 33

114° Panamá 33

114° Filipinas 33

114° Serra Leoa 33

121° Angola 32

121° Equador 32

121° Quênia 32

121° Sri Lanka 32

121° Togo 32

121° Uzbequistão 32

127° Djibuti 31

127° Papua-Nova Guiné 31

127° Peru 31

130° Egito 30

130° El Salvador 30

130° Mauritânia 30

133° Bolívia 28

133° Guiné 28

135° Suazilândia 27

135° Gabão 27

135° Libéria 27

135° Mali 27

135° Paquistão 27

140° Camarões 26

140° Iraque 26

140° Madagascar 26

140° México 26

140° Nigéria 26

140° Uganda 26

146° Guatemala 25

146° Quirguistão 25

146° Moçambique 25

149° República Centro-Africana 24

149° Paraguai 24

151° Bangladesh 23

151° Congo 23

151° Irã 23

154° Azerbaijão 22

154° Honduras 22

154° Líbano 22

154° Rússia 22

158° Camboja 21

158° Chade 21

158° Comores 21

158° Guiné-Bissau 21

158° Zimbábue 21

163° República Democrática do Congo 20

164° Tajiquistão 19

165° Afeganistão 17

165° Burundi 17

165° Turcomenistão 17

168° Haiti 16

168° Mianmar 16

170° Coreia do Norte 15

170° Sudão 15

172° Nicarágua 14

173° Guiné Equatorial 13

173° Eritreia 13

173° Líbia 13

173° Iêmen 13

177° Síria 12

178° Venezuela 10

179° Somália 9

180° Sudão do Sul 8


(Matéria em atualização)

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