Brasil bate recorde histórico de pedidos de recuperação judicial em 2024

Imagem ilustrativa por Marcelo Camargo/Agência Brasil

BRASÍLIA, 28 de janeiro — De acordo com o Indicador de Falência e Recuperação Judicial da SERASA Experian, que se baseia nos dados mensais das estatísticas de fóruns, varas de falências, Diários Oficiais e da Justiça dos estados, o Brasil registrou em 2024 o maior número de pedidos de recuperação judicial por empresas desde o início da série histórica, que começou a ser registrada em 2005.

A recuperação judicial é um recurso utilizado por empresas em crise financeira para tentar reestruturar suas dívidas e evitar a falência. Por meio dela, as empresas podem renegociar os débitos com os credores, obtendo descontos que podem alcançar até 90% do valor devido, além de correções reduzidas e prazos de pagamento mais alongados.

Em 2024, 2.273 empresas entraram com pedido de recuperação judicial no Brasil.

O número de 2024 representa um aumento de 61,8% em relação a 2023 e de 172,9% desde o início deste governo.

Apenas em dezembro de 2024, foram registradas 188 solicitações de recuperação judicial, o que representa um aumento de 84,3% em relação ao mesmo período de 2023.

Entre as empresas de renome que solicitaram recuperação judicial em 2024 estão Polishop, a rede de supermercados Dia, a Casa do Pão de Queijo, a Sidewalk, a Agrogalaxy e a InterCement.

Os setores que mais enfrentaram dificuldades no ano passado e mais precisaram desse recurso foram os de serviços (responsáveis por 40,8% das recuperações judiciais), comércio (25,3%), setor primário (18,6%) e indústria (15,2%).

As micro e pequenas empresas registraram 1.676 pedidos de recuperação judicial em 2024, o que representa um aumento de 78,4% em relação a 2023. Na sequência, as médias e grandes empresas ocuparam os próximos lugares na lista da SERASA Experian, com 416 e 181 pedidos, respectivamente.

Ainda segundo os dados, o Brasil registrou 949 pedidos de falência em 2024, o que representa uma queda de 3,5% em relação ao ano anterior.

Micro e Pequenas empresas foram responsáveis pela maior parte dos requerimentos de falência, com 578 pedidos judiciais, seguidas pelas empresas de médio porte, com 189, e pelas grandes empresas, com 182.

Membros do governo atribuem a alta aos juros elevados, à redução da oferta de crédito, ao alto índice de inadimplência, à cotação elevada do dólar e aos resquícios de problemas causados pela pandemia, fatores que juntos tornariam as dívidas mais caras e difíceis de quitar.

Membros do setor citam um possível novo comportamento do mercado, que pode ter começado a ver nos pedidos de recuperação judicial uma forma de renegociar dívidas em condições que não seriam possíveis em circunstâncias normais.


(Matéria em atualização)

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