BRASÍLIA, 3 de julho — O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, que vem sendo um alvo diário de ataques do presidente Lula por conta da taxa de juros (Selic), entrou em férias hoje e deixou em seu lugar, oficialmente, o diretor de política monetária Gabriel Galípolo, que deverá cumprir suas funções até o dia 19 de julho (na prática, o diretor do BC já está cumprindo as funções do presidente desde o último dia 28 de junho por conta de uma agenda de Campos Neto na Europa).
Campos Neto viajou à Suíça para participar de reuniões no Banco de Compensações Internacionais e, posteriormente, visitou Portugal, onde fez uma palestra no 12º Fórum Jurídico de Lisboa (“GilmarPalooza”) e no Fórum sobre Política Monetária organizado pelo Banco Central Europeu.
De acordo com o regimento interno do Banco Central, cabe ao presidente da instituição designar seu substituto entre os membros da diretoria em caso de férias ou ausência do país.
Gabriel Galípolo é um dos quatro diretores indicados por Lula ao Banco Central, de um total de oito que fazem parte do Comitê de Política Monetária (COPOM), e é o principal cotado para assumir a cadeira de Campos Neto em janeiro de 2025, ao fim do mandato do atual presidente da instituição.
No último dia 20 de junho, Galípolo virou notícia ao votar junto com Campos Neto pela manutenção da taxa básica de juros da economia, conhecida como Selic, em 10,50%.
A medida do Banco Central, decidida por unanimidade pelo COPOM, foi o foco de todas as críticas públicas de Lula contra Campos Neto na última semana, críticas que provocaram múltiplas valorizações do dólar em relação ao real devido a preocupações do mercado com a responsabilidade fiscal do Brasil.
Diogo Guillen, atual diretor de Política Econômica do Banco Central (indicado pelo presidente Jair Bolsonaro), também encontra-se de férias e está sendo substituído pelo diretor de regulação, Otávio Damaso, até o próximo dia 15.
Após o término das férias de Campos Neto, espera-se que ele participe da próxima reunião do COPOM sobre a taxa básica de juros, marcada para os dias 30 e 31 de julho.
Outras reuniões do colegiado acontecerão nos dias 17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro, e 10 e 11 de dezembro.
(Matéria em atualização)
