Ciro Gomes tem nome negativado no Serasa após processar e perder processo contra jornalista que disse que suas ideias levariam o Brasil ao SPC

Capa de um vídeo de campanha do então presidenciável Ciro Gomes | Imagem por REPRODUÇÃO/YouTube

BRASÍLIA, 5 de março — O ex-governador do Ceará, ex-ministro de Lula e presidenciável Ciro Gomes, conhecido por figurar frequentemente nos noticiários devido aos quase cem processos por injúria, calúnia ou difamação que enfrentou ao longo das últimas três décadas, voltou hoje à mídia nacional por uma situação um tanto quanto inusitada.

Segundo a Serasa Experian, empresa de análise de crédito que fornece informações sobre inadimplência e score financeiro, Ciro Gomes foi registrado em seu sistema no último dia 28 de fevereiro por um valor inferior a mil reais. A confirmação foi feita ao colunista Eli Vieira Jr. , do portal claudiodantas.com.br.

Ciro Gomes, que fez sua última campanha presidencial dizendo que iria ‘tirar o nome de 63 milhões de pessoas do SPC’, teve seu nome incluído na lista de inadimplentes após processar o jornalista de economia Felippe Hermes por um artigo intitulado “Das ideias malucas do Ciro Gomes que vão acabar fazendo o país ir parar no SPC”, perder a ação, deixar o prazo de recurso expirar e não possuir valores em contas bancárias.

Capa de um vídeo de campanha do então presidenciável Ciro Gomes

A ação, iniciada em 2021 por Ciro Gomes e seu partido, o PDT (Partido Democrático Trabalhista), que desistiu do processo em 2023, deixando apenas Ciro como autor, alegava que o artigo — uma análise opinativa de um jornalista da área econômica — seria “fake news” e afetaria sua honra, causando “dor, sofrimento ou angústia exacerbada” ao presidenciável.

Alegando que políticos são figuras públicas sujeitas a críticas, o juiz Alexandre Schwartz Manica, da 10ª Vara Cível da Comarca de Porto Alegre, rejeitou a ação por entender que o artigo não afetava a imagem de Ciro Gomes, condenando-o ao pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios equivalentes a 10% do valor da causa.

No fim do mês passado, a Justiça também autorizou a penhora de uma caminhonete de Ciro Gomes devido a uma dívida de R$ 6,6 mil com advogados do portal de esquerda Diário do Centro do Mundo, após ele acusar o site de receber dinheiro de corrupção do PT.

Nos últimos anos, outros processos contra Ciro Gomes geraram uma fila de credores, resultando em penhora e leilão de imóveis, bloqueios recorrentes de valores em suas contas bancárias — incluindo R$ 101 mil na de sua mulher — e até um impedimento para licenciar um veículo.

Na eleição presidencial de 2022, Ciro Gomes, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 3.039.761,97 e terminou a disputa em quarto lugar. Na disputa, sua candidatura recebeu dezenas de milhões de reais do fundão eleitoral.

Disputando o mesmo cargo em 2018, o então presidenciável havia declarado um patrimônio de R$ 1.695.203,15.

O espaço abaixo está reservado para manifestações das partes envolvidas nos processos mencionados, caso considerem pertinente. Ressaltamos que nenhuma informação será alterada e a nota será publicada na íntegra. Para enviar uma nota relacionada à matéria, utilize as abas de Correção ou Contato deste site.

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(Matéria em atualização)

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