BRASÍLIA, 27 de abril — A Assembleia Geral dos Acionistas do Banco do Brasil rejeitou em sua última reunião uma proposta, feita pelo próprio banco (sem “qualquer tipo de conflito de interesses” de acordo com nota do BB), de reajustar o salário da presidente da instituição, Tarciana Medeiros, em 57% (de R$ 74.972 para R$ 117.470), dos vice-presidentes em 34,4% (de R$ 67.105 para R$ 90.188) e da diretoria em 21,7% (de R$ 56.873 para R$ 69.242), sob a justificativa de que os salários dos executivos estão “defasados” e que é necessário ter “remuneração justa frente às responsabilidades” dos cargos (os executivos compararam os seus salários com os salários pagos em bancos privados).
Frustrando o plano dos executivos, o texto aprovado pela Assembleia concedeu um aumento de apenas 4,62% em seus salários, que no caso da presidente e dos vice-presidentes já ultrapassam os R$ 100.000 mensais com as suas participações em conselhos e nos ganhos do banco.
Se o plano inicial tivesse sido aprovado, apenas Tarciana Medeiros ganharia quase R$ 4 milhões anuais (salário somado aos adicionais citados acima).
Somando com todos os aumentos do plano inicial, o Banco do Brasil teria um aumento anual de gastos, apenas com o salário dos executivos, de R$ 76,17 milhões.
Downgrade remunerado: Outra mudança que foi aprovada – sem passar pelo crivo da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais – foi a inclusão de novas regras e a abrangência do Programa de Alternativa para Executivos em Transição (PAET).
Agora, presidente, vice-presidentes, executivos e diretores, caso tenham ocupado suas cadeiras por ao menos 6 meses, receberão um bônus caso percam seus cargos de confiança (apontados por políticos) e voltem aos seus cargos originais no banco. Antes da mudança, o programa englobava apenas os executivos que se aposentassem.
(Matéria em atualização)