Desde 2022, cinco esposas de ministros do governo Lula foram indicadas para cargos vitalícios nos Tribunais de Contas estaduais com salários de até R$ 100 mil mensais

Presidente Lula e ministro da Educação Camilo Santana | Imagem ilustrativa por Ricardo Stuckert/PR

BRASÍLIA, 7 de janeiro — Nove esposas de conhecidos políticos brasileiros, incluindo cinco de ministros do governo Lula, que foram indicadas a partir de fevereiro de 2022, ocupam cargos vitalícios como conselheiras de Tribunais de Contas estaduais (TCE), recebendo, segundo o Portal da Transparência, remunerações que chegam a R$ 100 mil mensais ao somar salários e “penduricalhos”.

Para ser indicado a este cargo político vitalício, o candidato deve comprovar experiência em áreas como direito, contabilidade, economia, finanças ou administração, possuir pelo menos uma década de atuação em funções públicas ou em profissões que exijam esses conhecimentos e passar por uma sabatina na assembleia legislativa de seu estado.

A função de um Conselheiro de Tribunal de Contas, em teoria, é auxiliar o Legislativo estadual na fiscalização das contas dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo do respectivo Estado.

Os ministros que conseguiram emplacar suas esposas em Tribunais de Contas, por ordem de antiguidade, foram: o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, cuja esposa, Marília Goés, foi nomeada em 22/02/2022 para o Tribunal de Contas do Amapá; o ministro dos Transportes, Renan Filho, cuja esposa, Renata Calheiros, foi nomeada em 16/12/2022 para o Tribunal de Contas de Alagoas; o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, cuja esposa, Rejane Dias, foi nomeada em 13/01/2023 para o Tribunal de Contas do Piauí; o ministro da Casa Civil, Rui Costa, cuja esposa, Aline Peixoto, foi nomeada em 09/03/2023 para o Tribunal de Contas da Bahia; e o ministro da Educação, Camilo Santana, cuja esposa, Onélia Santana, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Ceará em 13/12/2024 para o Tribunal de Contas local.

Além dos ministros, outros políticos que conseguiram emplacar suas esposas em Tribunais de Contas estaduais foram: Celso Luiz, ex-prefeito de Canapi, cuja esposa, Maria Cleide Beserra, foi nomeada em 03/11/2009 para o Tribunal de Contas do Estado de Alagoas; Wilson Martins, ex-governador do Piauí, cuja esposa, Lilian Martins, foi nomeada para o Tribunal de Contas do Piauí; Helder Barbalho, governador do Pará, cuja esposa, Daniela Barbalho, foi nomeada em 23/03/2023 para o Tribunal de Contas do Pará; e Antonio Denarium, governador de Roraima, cuja esposa, Simone Denarium, foi nomeada em 22/05/2023 para o Tribunal de Contas de Roraima.

Sem teto (constitucional): Segundo dados da Transparência, Marília Góes, esposa do ministro Waldez Góes, que assumiu o cargo durante o mandato do marido como governador, recebeu, em 2024, uma média de R$ 75,6 mil de remuneração bruta. Nos meses de julho e outubro, no entanto, sua remuneração bruta alcançou R$ 119 mil.

Aline Peixoto, esposa do ministro Rui Costa, recebe uma remuneração de R$ 51,6 mil no Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA).

Rejane Dias, esposa do ministro Wellington Dias e ex-primeira-dama do Piauí, recebeu uma média mensal de R$ 49,6 mil em 2024. Em fevereiro, porém, com a inclusão de uma indenização de férias, seus rendimentos chegaram a R$ 111,1 mil.

Renata Calheiros, esposa do ministro Renan Filho, recebe uma remuneração superior a R$ 50 mil no Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE-AL).

Onélia Santana, esposa do ministro Camilo Santana, ao assumir sua cadeira (foi aprovada em dezembro), receberá um salário de R$ 39.717,69, acrescido de uma ajuda de custo de cerca de R$ 13 mil, auxílio-alimentação de R$ 2 mil e um auxílio-saúde que ultrapassa R$ 5 mil.


(Matéria em atualização)

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