Em mais um ganho político da China, emissário brasileiro indica intenção do Brasil em aderir à ‘Nova Rota da Seda’

Xi Jinping e Lula | Imagem por Ricardo Stuckert/PR

BRASÍLIA, 16 de abril — O assessor especial da Presidência do governo brasileiro, Celso Amorim, disse em um entrevista ao jornal do Partido Comunista chinês (Global Times) divulgada hoje, que o Brasil estuda a possibilidade de aderir à nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative); criado em 2013 pela China, sob o comando de Xi Jinping, o projeto de infraestrutura visa estabelecer uma rota de comércio terrestre e marítimo – utilizando portos, rodovias e ferrovias – entre a China e outras partes da Ásia e todos os outros continentes (inicialmente desenvolvido para ligar a China à Europa e África).

Fora do campo econômico, a ‘Nova Rota da Seda’ é vista como um meio para a China expandir sua influência geopolítica e aumentar seu papel global.

O projeto também já foi muito criticado por conta de questões ambientais, econômicas e geopolíticas, bem como questões de transparência e governança*

“Estamos interessados em ver como podemos fazer a adesão, mas para nós é muito importante entender quais são os projetos concretos que virão. Estamos abertos em estudar e ver como podemos fazer algo realmente importante” –Celso Amorim

Na questão diplomática, no atual momento de rivalidade exacerbada entre Estados Unidos e China, a aproximação do Brasil com o acordo seria visto como um gesto político favorável ao lado chinês.

147 países fazem parte da lista de participantes do acordo, sendo 20 deles da América Latina.

O primeiro país da América Latina a aderir ao projeto foi o Uruguai, em 2018; hoje, Chile, Argentina (em fevereiro deste ano), Equador, Peru e Venezuela também fazem parte.

Era esperado que o Brasil anunciasse a participação na Nova Rota da Seda ainda na viagem do presidente brasileiro à China, porém fontes do Itamaraty disseram que existiu uma preocupação quanto ao momento inoportuno para esse tipo de polêmica.

A entrevista do assessor especial da Presidência do governo brasileiro Celso Amorim ao jornal estatal chinês Global Times foi divulgada hoje, dois dias depois do encerramento da viagem do presidente Lula ao país.

No fim de março, o assessor viajou à capital russa Moscou em um voo discreto em um jato da Força Aérea (FAB2582/Embraer ERJ-135 BRS018) para se encontrar com Vladimir Putin “para debater a guerra na Ucrânia” e falar sobre “acordos de paz”.

Celso Amorim tem sido o responsável por negociar diretamente com os países sobre as novas posições diplomáticas do Brasil.

Celso Amorim também foi o responsável pela negociação do retorno de relações diplomáticas com a Venezuela, em conversas e reuniões públicas com o próprio ditador venezuelano Nicolás Maduro.

Foi Amorim o indicado pelo governo brasileiro para dar entrevistas quando o presidente Lula recebeu duras críticas por ter autorizado, junto à Marinha e o Itamaraty, que navios iranianos atracassem no Rio de Janeiro.


(em atualização)

Últimas Notícias

Mais lidas da semana

- PUBLICIDADE -spot_img

Matérias Relacionadas

O Apolo nas redes sociais

O Apolo Brasil no Instagram

O Apolo Brasil no Telegram

O Apolo Brasil no X

O Apolo Brasil no TikTok

O Apolo Brasil no Facebook

O Apolo Brasil no Threads

- NOVIDADE -spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Leia mais