BUENOS AIRES, 14 de maio — Com inflação batendo recorde em 32 anos e pesada crise econômica, o governo argentino anunciará um novo pacote de medidas que incluem um aumento na taxa de juros para 97% ao ano (aumento de 600 pontos-base/6%) e um aumento na intervenção no mercado de câmbio local.
As medidas serão formalmente anunciadas amanhã (15).
O aumento na taxa de juros visa conter um pouco a inflação do país, enquanto o aumento na intervenção no mercado de câmbio visa conter uma queda adicional da moeda argentina, que perdeu 35% de seu valor em relação ao dólar neste ano no mercado paralelo.
Para fim de comparação, o aumento dos preços do país em um único mês (~8,4%) representa o dobro do número registrado em todo o último ano no Brasil.
Na última sexta-feira, antes da divulgação dos números da inflação do país, o governo, com o objetivo de frear a saída de dólares do país, impôs novas restrições para compras no exterior (localmente, as pessoas só podem adquirir até US$ 200 por mês oficialmente).
Com a nova regra, para um argentino adquirir um vale-presente com cartão de crédito ou débito por meio de um site estrangeiro como por exemplo a Amazon.com, será necessário pedir autorização prévia do Banco Central, assim como já ocorre na compra de joias, criptomoedas e no mercado de apostas.
Ambos, o atual presidente argentino Fernández e sua vice-presidente, Cristina Kirchner, que sempre é apontada como verdadeira mandatária do país, já disseram que não participarão da próxima eleição presidencial argentina que estão marcadas para acontecer em 22 de outubro deste ano.
Antes disso, em 13 de agosto, serão realizadas as primárias das eleições argentinas, chamadas localmente de PASO (primárias abertas, simultâneas e obrigatórias).
(Em atualização)