Em operação autorizada por Alexandre de Morares contra “dados falsos da vacina”, PF prende ex-ajudante de ordens Mauro Cid e faz buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro; celular do ex-presidente foi apreendido

Ex-presidente Jair Bolsonaro e Mauro Cid | Imagem por Alan Santos/PR

BRASÍLIA, 3 de maio — Em operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes no polêmico ‘inquérito das milícias digitais’, a Polícia Federal prendeu na manhã de hoje o ex-ajudante de ordens (Mauro Barbosa Cid) do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 5 pessoas em uma operação que investiga a inserção de dados falsos sobre a vacinação da Covid-19 no sistema do governo; a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão.

O aparelho celular do ex-presidente foi apreendido.

Ao todo foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão preventiva em Brasília e no RJ.

O ex-segurança presidencial Max Guilherme, o militar do Exército Sérgio Cordeiro (também trabalhava na segurança do ex-presidente), o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid, o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, e o candidato a deputado estadual pelo PL-RJ em 2022, Ailton Gonçalves Moraes Barros também foram presos.

O ex-presidente não foi alvo de mandado de prisão, porém ele deverá prestar depoimento na PF ainda hoje.

De acordo com a Polícia Federal, a Operação investiga “um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde”.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid” –documento da PF

Os ‘documentos forjados’ que estão no sistema do Ministério da Saúde são do ex-presidente Jair Bolsonaro, de sua filha Laura Bolsonaro, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e de sua esposa e filha.

Segundo a PF, a falsificação teria o objetivo de garantir a entrada do ex-presidente, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória (deixará de ser obrigatória no dia 11 deste mês de maio).

De acordo com a PF, outros membros da comitiva, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, também estariam sendo investigados.

Segundo a PF, a inclusão dos dados falsos no sistema aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado.

Lista completa com os alvos dos mandados de busca e apreensão:

  • Jair Messias Bolsonaro;
  • Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro (ex-primeira-dama);
  • Gabriela Santiago Ribeiro Cid (esposa do ex-ajudante de ordens Mauro Cid);
  • Gutemberg Reis de Oliveira (Deputado Federal pelo MDB-RJ);
  • Luís Marcos dos Reis (ex-integrante da equipe de Mauro Cid);
  • Farley Vinicius Alcântara (Médico);
  • João Carlos de Sousa Brecha (secretário de Governo de Duque de Caxias, RJ);
  • Max Guilherme Machado de Moura (segurança e candidato a deputado);
  • Sergio Rocha Cordeiro (segurança);
  • Marcelo Costa Câmara (assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro);
  • Eduardo Crespo Alves;
  • Marcello Moraes Siciliano (ex-vereador do RJ);
  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (candidato a deputado estadual pelo PL-RJ em 2022);
  • Camila Paulino Alves Soares (enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias);
  • Claudia Helena Acosta Rodrigues Da Silva;
  • Marcelo Fernandes de Holand.

(Em atualização)

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