BRASÍLIA, 26 de fevereiro — A Fundação Cultural Palmares voltou a viralizar hoje na internet por conta de uma visita pública (com direito a vídeo em redes sociais oficiais) que aconteceu na última quarta-feira (21) à sede da entidade que faz parte do Governo Federal.
No vídeo, o presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, recebe das mãos do militante do PCdoB e vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina Sayid Marcos Tenório, na figura de um representante Comunidade Muçulmana, um livro sagrado do islamismo Alcorão e um livro sobre a Palestina.
Sayid Tenório, nascido José Marcos Tenório (se converteu ao islamismo em 2007 e recebeu autorização judicial para mudar de nome em 2019), já era conhecido em Brasília após ter sido demitido no fim do ano passado do gabinete do deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) por conta de inúmeras postagens de apoio a grupos terroristas que acabaram viralizando na internet. Exercendo o cargo de secretário parlamentar na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, presidida pelo deputado Jerry, Tenório recebia R$21.096,34 mensais.
Tenório também já atuou como chefe de gabinete de uma subsecretaria no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, como secretário parlamentar de Jilmar Tatto, do PT, como funcionário do gabinete de Gastão Vieira, do PROS-MA, e também já atuou, por muitos anos, fazendo lobby para o Hezbollah e o Irã no Congresso nacional.
Em 2015, Tenório organizou um encontro entre membros da sigla PCdoB, encontro que incluía o então deputado Orlando Silva, e Bolal Mohsen Wehbe, o líder de uma mesquita de São Paulo que tem ligação com o Hezbollah e está sob sanções dos Estados Unidos desde 2010 (uma das maiores lideranças do grupo na América do Sul).
Entre as postagens de Tenório que viralizaram ainda no ano passado estão inúmeros elogios e referências positivas a grupos terroristas do Oriente Médio, à Guarda Revolucionária Islâmica/IRGC (força militar sob o comando do líder supremo iraniano Ayatollah Khamenei) e ao seu ex-líder Qassem Soleimani.
Ao defender o Hamas, Tenório chegou até a fazer piadas sobre reféns israelenses e soldados que morreram no combate contra o grupo terrorista.
A postagem de Tenório que gerou a maior polêmica foi de um vídeo de uma refém israelense, identificada como Naama Levy, que aparece sendo levada por terroristas do Hamas para dentro um veículo. No vídeo, Naama Levy aparece suja e com sangue nas calças. Nos comentários do vídeo, Tenório, com o uma figura de risada, diz: “Isso é uma marca de merda. Se achou nas calças.” Ela é uma dos 134 reféns que ainda está sendo mantidos em Gaza pelo Hamas.
Hoje, após dias com os comentários desativados e mudanças de nome de usuário, Tenório mantém sem maiores problemas um perfil chamado “@soupalestina”.
A Fundação Cultural Palmares ainda não se manifestou sobre o tema e mantém o vídeo divulgado em suas redes sociais.
“Apresentamos as nossas condolências aos nossos irmãos do Movimento de Resistência Islâmica – Hamas, aos valentes combatentes das Brigadas Izz El-Din Al-Qassam, ao firme povo de Gaza, a honorável Al-Quds, aos feridos na Cisjordânia e a todas as facções e movimentos. de resistência e jihad na Palestina” -nota divulgada por Tenório após a morte de um líder do grupo terrorista Hamas
ATUALIZAÇÃO:
- 27/02 – 08h33. A postagem da Fundação Palmares com Sayid Tenório foi apagada a pedido da ministra da Cultura, Margareth Menezes, que teria ficado enfurecida com a publicação. A reunião também foi apagada da agenda do Ministério. O presidente da Fundação teria sido duramente repreendido.
- 27/02 – 14h03. Fundação Palmares divulga oficialmente uma nota de esclarecimento e desculpas por conta da postagem com Tenório.
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(Matéria em atualização)