Erdogan sinaliza que Parlamento turco finalmente votará e aprovará a entrada da Finlândia na OTAN; país tem a maior fronteira da UE com a Rússia

Ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, Ministro das Relações Exteriores de Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, Presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, Primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson e Ministra da Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde | Imagem por OTAN (oficial)

ANKARA, 17 de março — O presidente turco Recep Tayyip Erdoğan disse há pouco, em coletiva, após reunião com o presidente finlandês, que seu país dará início ao processo de ratificação de entrada da Finlândia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN); Finlândia e Suécia deram entrada no processo de adesão ao grupo em julho do ano passado, porém a entrada da Suécia acabou sendo adiada para que o país consiga negociar a aprovação da Turquia, já que a adesão precisa da ratificação de todos os atuais membros.

“Decidimos iniciar o processo de ratificação em nosso Parlamento”

Apesar de vários acordos realizados e várias concessões por parte da Suécia, o último pedido turco, a extradição de cerca de 150 pessoas que a Turquia considera “terroristas”(membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão/PKK), acabou paralisando a negociação.

Um acordo será fechado após a eleição presidencial turca que está marcada para acontecer no dia 14 de maio de 2023 (a Suécia preferiu esperar para ver se poderá negociar com um possível novo presidente, ou se terá que ceder ao novo pedido turco feito pelo presidente Erdoğan).

Cerimônia realizada hoje na capital turca para receber o presidente finlandês Sauli Niinistö

Antes do anúncio de hoje, o presidente turco Erdoğan recebeu nesta manhã o presidente finlandês na capital turca Ankara.

Todos os membros da OTAN já ratificaram a entrada dos dois países, exceto por Turquia e Hungria (30 ratificações até o momento).

A Hungria, que não tem força para negociar essa ratificação (presidente e Parlamento, apesar de estarem no mesmo lado político, possuem visões diferentes da situação, tendo o Parlamento já dito que apoia a entrada), provavelmente votará a entrada dos dois países já no dia 31 de março.

Tuíte do presidente finlandês sobre o encontro com o presidente turco na capital turca Ankara

Desde o protocolo dos pedidos de adesão, que foram assinados no dia 05/07/2022, ambos, Finlândia e Suécia, já participam de reuniões da OTAN.

Ambos, Finlândia e Suécia já estão recebendo proteção de membros da OTAN através de acordos de defesa assinados paralelamente com cada país.

Apesar da confusão criada pelo discurso da Rússia não permitir membros da OTAN em sua vizinhança, Estônia e Letônia, que fazem fronteira com a Rússia, são membros da OTAN desde 2004 e não tinham uma relação ruim com o país antes da nova incursão russa na Ucrânia de fevereiro de 2022*

A Finlândia, que muito provavelmente será incluída oficialmente na OTAN em breve, tem a maior fronteira União Europeia com a Rússia, e suas fronteiras estão vazias militarmente como nunca estiveram antes (incluindo batalhões conhecidos que lutaram na última guerra contra a Finlândia)*

Posicionamento turco: Ontem, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia emitiu uma nota pública falando do “nono aniversário de anexação ilegal da Crimeia” (território ucraniano ocupado pela Rússia na invasão de 2014).

“Nº: 75, 16 de março de 2023, Comunicado de Imprensa sobre o Nono Aniversário da Anexação Ilegal da Crimeia: A República Autônoma da Crimeia da Ucrânia foi anexada pela Federação Russa há nove anos (16 de março), com base em um referendo ilegítimo e em violação do direito internacional. No aniversário da anexação, reiteramos que não reconhecemos este estado de coisas e reafirmamos nosso apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia. A situação dos turcos tártaros da Crimeia, povo indígena da Crimeia, é sempre uma prioridade para nosso país. A Turquia continuará a apoiar nossos parentes tártaros da Criméia com o objetivo de preservar sua identidade e garantir que vivam em sua pátria histórica em paz e segurança.”

(em atualização)

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