Estado Islâmico do Congo (ADF) realiza ataque em escola de Uganda e deixa ao menos 41 mortos; 6 pessoas também teriam sido sequestradas

Imagem ilustrativa de militares de Uganda servindo no 7º Batalhão da Missão da União Africana na Somália (AMISOM), também lutando contra um grupo terrorista (Al Shabaab, ligado à Al-Qaeda) | Imagem por AU/UN IST PHOTO / STUART PRICE

BWERA, 17 de junho — O governo ugandense confirmou que ao menos 41 pessoas foram mortas nesta noite em dormitórios de uma escola para alunos de 13 a 18 anos em Mpondwe, Uganda; ataque foi realizado pelo grupo terrorista ugandense ligado ao Estado Islâmico “Forças Democráticas Aliadas” (ADF) que tem base no território da República Democrática do Congo (a escola fica na fronteira).

Além dos mortos, ao menos 6 pessoas foram sequestradas.

Os terroristas incendiaram os dormitórios da Escola secundária de Lhubirira, que haviam sido previamente trancados, e ainda mataram os que conseguiam fugir com tiros de fuzil e golpes de facão.

Post da Força policial de Uganda: “Na noite passada, registramos um ataque terrorista pelos rebeldes da ADF na escola secundária de Lhubirira, em Mpondwe, que está localizada a cerca de 2 km da fronteira da República Democrática do Congo (RDC). Um dormitório foi incendiado e uma despensa foi saqueada. Até agora, foram recuperados 25 corpos (número desatualizado) da escola que foram transferidos para o Hospital de Bwera.Também foram encontradas 8 vítimas em estado crítico no Hospital de Bwera. Uma perseguição está em andamento pelas Forças de Defesa do Povo de Uganda (UPDF) e pela polícia em direção ao Parque Nacional de Virunga. Nossas mais sinceras condolências são oferecidas às famílias daqueles que foram mortos, e oferecemos nossas orações e pensamentos aos feridos. Mais detalhes serão divulgados em breve.”

De acordo com o prefeito local, Selevest Mapoze, as vítimas são alunos (38), um guarda e dois membros da comunidade (mortos fora da escola).

Ao menos oito pessoas estão internadas no hospital da região, algumas em estado crítico.

O comandante da operação de caça aos terroristas que está sendo realizada pelas Forças de Defesa do Povo de Uganda (UPDF) no leste da República Democrática do Congo disse que os terroristas “passaram dois dias na cidade” antes do ataque.

“Todos devem ficar atentos […] Se você vir alguém que não conhece, mande prendê-lo. Por favor, identifiquem os jovens que lideraram o ADF aqui” -major Dick Olum (comandante da operação de caça aos terroristas)

A própria comunidade local está postando vídeos na internet com prisões de suspeitos que possam pertencer ao grupo terrorista.

O ADF (Forças Democráticas Aliadas) foi formado em 1995 por uma coalizão de rebeldes do Exército de Libertação Muçulmana de Uganda e o Exército Nacional de Libertação de Uganda (NALU), inicialmente para lutar contra o governo/regime de Yoweri Museveni (no poder desde 1986), e recebeu apoio por muitos anos de vários governos da República Democrática do Congo, sob a justificativa de combater a influência de Uganda e Ruanda no país.

Após um início de conflito armado entre o grupo e as Forças oficiais militares da República Democrática do Congo em 2013, o líder da ADF foi preso na Tanzânia (havia fugido) e deportado para seu país de origem para responder por terrorismo.

Recentemente, o grupo jurou lealdade ao Estado Islâmico e se autodenominou “MTM” (Madina em Tauheed Wau Mujahideen), apesar de ainda preservarem a mesma bandeira da ADF. A comunidade internacional chama o grupo de “Estado Islâmico da República Democrática do Congo” (ISIS-DRC).


(Em atualização)

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