Estados definem nova alíquota de 17% de ICMS para compras internacionais; medida atingirá grandes varejistas como Shopee, Shein e AliExpress

Caixas de compras online | Imagem ilustrativa por Polina Tankilevitch

BRASÍLIA, 2 de junho — O COMSEFAZ (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do DF) decidiu na última terça-feira (oficializado ontem), por unanimidade, aprovar uma alíquota de 17% de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para as compras online realizadas em varejistas internacionais; novo imposto será discutido pelo Governo Federal.

O imposto, que era esperado, é uma etapa da adoção do chamado “digital tax” (“taxação digital”) que será inserido automaticamente em todas as compras realizadas em sites internacionais, como nos famosos varejistas chineses Shopee, AliExpress e Shein, por exemplo.

Hoje, a tributação varia de estado para estado (17% é a menor delas) e é cobrada apenas de produtos que são taxados pela Receita.

Com a nova medida, o imposto será cobrado já na hora do pedido.

Ainda não existe uma data oficial para a medida entrar em vigor (ainda será editado um convênio de ICMS no Conselho Nacional de Política Fazendária, que é presidido pelo ministro Fernando Haddad).

“Essa alíquota modal de 17% deverá ser autorizada mediante convênio ICMS celebrado no âmbito CONFAZ, que deverá fixar também a data de início de sua utilização. Entretanto, ainda não há esse convênio” –nota do ministério da Fazenda

Futuramente, o cliente comprará produtos das gigantes internacionais e pagará também pelo imposto de importação (imposto federal) já no momento do pedido (hoje, essa alíquota é de 60%).

O plano estaria em “fase final de desenho”, de acordo com o ministro Fernando Haddad, e o governo ainda não teria escolhido a nova alíquota (será revisada) do imposto federal (imposto de importação).

No início do ano, o Governo havia anunciado informalmente, através de seus ministros e secretários, que acabaria com a isenção de até US$ 50 para encomendas entre pessoas físicas, utilizada por boa parte dos varejistas internacionais para burlar o recolhimento de impostos.

A medida causou inúmeras críticas por todos os lados políticos, gerou pressão popular, e acabou sendo cancelada.

Um dos momentos que mais gerou repercussão sobre o assunto foi quando a primeira-dama Rosângela LulaJanja”comentou em um perfil de fofocas sobre a tributação, dizendo que ela só afetaria as “empresas e não consumidores” (na prática, toda taxação é repassada aos consumidores*).

A tributação na hora da compra foi a forma escolhida pelo governo para substituir a medida polêmica que foi abandonada.

Não podemos colocar o varejo brasileiro em risco por práticas desleais das empresas estrangeiras” –ministro Fernando Haddad, em entrevista à GloboNews

Segundo a Fazenda, a tributação deverá aumentar a “competitividade” com o varejo nacional e “equalizar” o sistema tributário.

É provável que não aconteça, mas esse tipo de medida ainda pode ser revertida novamente por pressão popular caso crie problemas para a questão política local.


(Em atualização)

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