SANAA, 11 de janeiro — Os Estados Unidos e o Reino Unido estão neste momento atacando várias regiões controladas pelos Houthi (grupo terrorista de rebeldes iemenitas financiados e armados pelo Irã) no Iêmen em resposta ao inúmeros ataques que o grupo vem realizando contra navios comerciais, navios militares e petroleiros no Mar Vermelho sob a justificativa de fazer Israel parar com a guerra contra o grupo terrorista Hamas em Gaza.
Várias explosões foram confirmadas nas cidades de Hajja, Sa’ada, Al Zaydiya in Hudaydah, Al Zahrah in Hudaydah, Al Jaws e na capital iemenita Sana’a.
Em nota oficial divulgada há pouco, assinada pela presidência americana, também foi divulgada a participação (“apoio”) da Austrália, Bahrein, Canadá e Holanda nos ataques de hoje.
“Hoje, sob minha orientação, as forças militares dos EUA, em conjunto com o Reino Unido e com o apoio da Austrália, Bahrein, Canadá e Holanda, realizaram com sucesso ataques a diversos alvos no Iêmen usados pelos rebeldes Houthi para ameaçar a liberdade de navegação em uma das vias marítimas mais importantes do mundo. Esses ataques são uma resposta direta aos ataques sem precedentes dos Houthi contra embarcações marítimas internacionais no Mar Vermelho, incluindo o uso pela primeira vez na história de mísseis balísticos antinavio. Esses ataques têm colocado em perigo militares dos EUA, marinheiros civis e nossos parceiros, prejudicado o comércio e ameaçado a liberdade de navegação. Mais de 50 nações foram afetadas em 27 ataques ao transporte marítimo comercial internacional. Tripulações de mais de 20 países foram ameaçadas ou feitas reféns em atos de pirataria. Mais de 2.000 navios foram obrigados a desviar milhares de milhas para evitar o Mar Vermelho, o que pode causar semanas de atraso nos prazos de envio de produtos. E em 9 de janeiro, os Houthi lançaram seu maior ataque até o momento, mirando diretamente em navios americanos. A resposta da comunidade internacional a esses ataques imprudentes foi unida e firme. No mês passado, os Estados Unidos lançaram a Operação Prosperity Guardian, uma coalizão de mais de 20 nações comprometidas em defender o transporte marítimo internacional e dissuadir os ataques dos Houthi no Mar Vermelho. Também nos juntamos a mais de 40 nações condenando as ameaças dos Houthi. Na semana passada, juntamente com 13 aliados e parceiros, emitimos um aviso inequívoco de que os rebeldes Houthi sofreriam as consequências se seus ataques não cessassem. E ontem, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução exigindo que os Houthi encerrem os ataques a navios mercantes e comerciais. A ação defensiva de hoje segue essa extensa campanha diplomática e os ataques crescentes dos rebeldes Houthi contra embarcações comerciais. Esses ataques direcionados enviam uma mensagem clara de que os Estados Unidos e nossos parceiros não tolerarão ataques contra nosso pessoal ou permitirão que atores hostis ponham em perigo a liberdade de navegação em uma das rotas comerciais mais críticas do mundo. Não hesitarei em tomar medidas adicionais para proteger nosso povo e o livre fluxo do comércio internacional, conforme necessário.” -nota oficial da Casa Branca
Os ataques estão partindo de submarinos (USS Florida), navios de guerra (USS Philippine Sea/CG-58, USS Dwight D. Eisenhower/CVN 69, USS Gravely/DDG-107 e USS Mason DDG-87) e caças americanos e britânicos.
De acordo com oficiais militares, os alvos seriam galpões de armazenamento de munição e equipamentos militares, locais de lançamento de drones, radares e áreas de lançamentos de mísseis balísticos e de cruzeiro.
“Em 11 de janeiro, aeronaves da Força Aérea Real britânica se juntaram às forças da coalizão para atacar diversas instalações usadas pela facção rebelde Houthi no Iêmen, visando impedir ataques a navios no sul do Mar Vermelho. O destróier da Marinha Real, HMS Diamond, já esteve ativo ao lado de navios de guerra dos EUA e França na defesa de rotas marítimas internacionais vitais contra drones e mísseis Houthi. Diante da persistência dos Houthi em ameaçar navios mercantes, alguns dos quais já foram danificados, e do ataque intencional contra o HMS Diamond e navios da Marinha dos EUA em 9 de janeiro, as forças da coalizão identificaram instalações-chave envolvidas nesses ataques e concordaram em realizar um ataque coordenado para reduzir a capacidade dos Houthi de violar o direito internacional dessa maneira. Quatro caças RAF Typhoon FGR4, apoiados por um avião tanque Voyager, utilizaram bombas guiadas Paveway IV para realizar ataques precisos em duas dessas instalações Houthi. Uma delas foi um local em Bani, no noroeste do Iêmen, usado para lançar drones de reconhecimento e ataque. Várias edificações envolvidas em operações com drones foram alvejadas por nossas aeronaves. O outro local atacado foi a pista de pouso em Abbs. A Inteligência indicou que ela foi usada para lançar mísseis de cruzeiro e drones sobre o Mar Vermelho. Diversos alvos-chave na pista foram identificados e atacados por nossas aeronaves. Ao planejar os ataques, especial atenção foi dada para minimizar qualquer risco para civis, e tais riscos foram ainda mais mitigados pela decisão de realizar os ataques durante a noite. Os resultados detalhados dos ataques estão sendo avaliados, mas as primeiras indicações são de que a capacidade dos Houthi de ameaçar o transporte marítimo mercante foi enfraquecida, e nosso compromisso em proteger as rotas marítimas, por onde passa cerca de 15% do transporte marítimo mundial e que é vital para a economia global, foi amplamente demonstrado.” -nota oficial do governo britânico/Ministério da Defesa do Reino Unido
Desde o 7 de outubro e a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas, os Houthi, que também estão em guerra contra a Arábia Saudita desde 2015, estão atacando inúmeras embarcações no Mar Vermelho, sempre com mísseis e drones iranianos. O grupo diz que isso é uma resposta contra Israel, apesar da maioria dos navios atacados (e suas respectivas cargas) não terem qualquer relação com o país.
Vários navios chegaram a ser atingidos e danificados. Inúmeros mísseis foram interceptados por navios de guerra americanos, britânicos e até franceses.
Os Houthi também lançaram e dispararam, no fim do ano passado, uma série de mísseis e drones contra a cidade israelense de Eilat, na fronteira com o Egito. Nenhum ataque foi bem-sucedido e um dos drones (no primeiro ataque) acabou cruzando a fronteira e atingindo o território egípcio.
Como é madrugada no Iêmen, ainda não existem detalhes e imagens de satélite do nível de destruição dos alvos americanos e britânicos nas áreas controladas pelos Houthi no Iêmen (mais da metade do país).
(Matéria em atualização)