EDIMBURGO, 11 de junho — A polícia da Escócia divulgou nesta manhã que deteve a ex-primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, em uma investigação que mira as finanças do Partido Nacional Escocês (SNP); a ex-primeira-ministra ocupou a cadeira de líder da Escócia por quase 9 anos e deixou o cargo em 15 de fevereiro deste ano, de forma abrupta.
“Nicola Sturgeon compareceu hoje, domingo, 11 de junho, por acordo com a Polícia da Escócia, a uma entrevista em que seria presa e interrogada em relação à Operação Branchform […] Nicola sempre disse que cooperaria com a investigação se solicitada e continua a fazê-lo.” -nota do partido SNP
No início de abril, a polícia local já havia revistado a casa da ex-primeira-ministra e a sede de seu partido.
Um motorhome de luxo avaliado em £ 110 mil (~R$675 mil) também foi apreendido pela polícia do lado de fora da casa da mãe do marido da ex-primeira-ministra, em Dunfermline.
A operação, que recebeu o nome de “Branchform”, teve início em 2021 e investiga o que teria acontecido com os donativos que o partido recebeu e que originalmente seriam destinados a uma campanha política pela independência da Escócia.
O dinheiro, cerca de £ 660 mil (~R$3,7 milhões), foi doado ao partido por ativistas locais e parte da quantia simplesmente desapareceu das contas da sigla.
Um exame – posterior às doações – nas contas do partido mostraram que ele tinha pouco menos de £ 97.000 no final no ano de 2019 e ativos líquidos no valor de £ 272.000, quantia muito inferior ao valor recebido dos ativistas pró-independência.
Dados mostraram também que o marido da ex-primeira-ministra e ex-presidente-executivo da sigla teria feito um empréstimo de mais de £ 100.000 ao partido com a justificativa de ajudá-lo no “fluxo de caixa”.
Seu partido, o SNP, pagou cerca de metade do empréstimo até o fim daquele ano, mas ainda estaria em dívida com o marido da ex-primeira-ministra.
A ex-primeira-ministra foi a terceira pessoa a ser detida nessa operação. Antes dela, desde o início da operação, foram detidos o ex-presidente-executivo do partido e marido de Nicola Sturgeon, Peter Murrell, e o ex-tesoureiro da sigla, Colin Beattie.
Murrell (marido da ex-primeira-ministra) e Beattie foram liberados em pouco tempo (tratados como suspeitos) e serão investigados sob custódia por até 12 anos, que é o período máximo previsto em lei.
A custódia local para investigações permite que o suspeito seja liberado para que aguarde o resultado das ações em liberdade, porém sob algumas restrições (podendo ser preso novamente).
(Em atualização)