BRASÍLIA, 16 de novembro — Brasília (interlocutores do presidente Lula, membros da oposição e até ministros do Supremo) já dá como certa a indicação do Subprocurador-geral eleitoral Paulo Gonet para chefiar a Procuradoria-Geral da República após a saída do último procurador-geral Augusto Aras; Gonet, que é apadrinhado por seu ex-sócio no Instituto de Direito Público, o ministro Gilmar Mendes, e pelo ministro Alexandre de Moraes, deverá ser indicado pelo presidente Lula na próxima semana.
De acordo com interlocutores do presidente, as conversas com os candidatos à vaga já se encerraram.
No Congressso, Gonet, que representou o Ministério Público Eleitoral no julgamento que terminou com a pena de inelegibilidade de 8 anos aplicada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, tem o apoio de Rodrigo Pacheco, Arthur Lira e Davi Alcolumbre.
A -mais que- possível indicação de Gonet para a PGR (Procuradoria-Geral da República) acende um alerta para a turma de Flávio Dino quanto a sua indicação ao Supremo Tribunal Federal.
Há um consenso de que Lula deverá indicar um candidato de cada grupo político para ocupar as cadeiras do Supremo e da PGR (Procuradoria-Geral da República). Sendo Gonet apadrinhado pelo mesmo grupo de Flávio Dino, automaticamente Brasília começa a dar como certa a indicação do atual Advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal na vaga que pertencia a Rosa Weber.
O outro nome que disputava a vaga com Gonet na PGR até semana passada era o do subprocurador Antonio Carlos Bigonha, amigo de José Dirceu e José Genoíno.
Gonet tem uma excelente relação com a parte política em Brasília e com os ministros do Supremo Tribunal Federal, e o martelo pela sua indicação parece ter sido batido nos últimos dois dias, após a últimas polêmicas que envolveram o ministério da Justiça e o ministro Flávio Dino, que sofre dura resistência interna pela própria ala petista, que o vê como candidato à presidência.
(Em atualização)