JERUSALEM, 05 de maio — O gabinete do governo israelense disse agora que o presidente russo Vladimir Putin se desculpou com o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett, em um telefonema, pelos comentários realizados pelo ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov sobre os judeus e Hitler.
Após o anúncio do telefonema e do pedido de desculpas, uma nota foi divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, falando sobre o conteúdo da conversa, que incluiu um pedido de abertura de corredores humanitários e o pedido de desculpas pelas declarações do ministro russo.
“O primeiro-ministro Naftali Bennett conversou com o presidente russo Vladimir Putin, hoje (quinta-feira, 5 de maio de 2022).
O primeiro-ministro apresentou ao presidente um pedido humanitário para examinar várias opções de evacuação de Azovstal em Mariupol. O pedido veio como resultado da conversa do primeiro-ministro Bennett ontem com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
O presidente Putin prometeu permitir a evacuação de civis, incluindo civis feridos, através de um corredor humanitário da ONU e da Cruz Vermelha.
Além disso, os dois discutiram as observações do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov. O primeiro-ministro aceitou as desculpas do presidente Putin pelos comentários de Lavrov e agradeceu por esclarecer sua atitude em relação ao povo judeu e à memória do Holocausto.” -Gabinete do primeiro-ministro de Israel
Relembrando: O ministro das Relações Exteriores russo, quando respondia a um questionamento da TV italiana (Rete4) no início desta semana sobre o termo “desnazificação da Ucrânia” em um país que elegeu um judeu (presidente ucraniano) com cerca de 80% dos votos, disse que “achava” que Hitler também tinha origens judaicas, então “isso não significa nada”, e que “há muito tempo ouvimos os sábios judeus dizerem que os maiores antisemitas são os próprios judeus”.
A entrevista gerou críticas internas do próprio governo italiano*
Um dia após os comentários, e respondendo às críticas do governo israelense sobre as palavras, o Ministério das Relações Exteriores russo reiterou o posicionamento e disse que a indignação israelense era “antihistórica” e que isso “explica em grande medida por que o atual governo israelense apoia o regime neonazista em Kiev”.
(em atualização)