Incêndios no Pantanal em 2024 já queimaram uma área 54% maior que a área queimada no mesmo período do pior ano já registrado

Imagem ilustrativa por Marco Allasio (CC)

BRASÍLIA, 15 de junho — De acordo com dados do LASA (Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais), do departamento de meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), apenas neste ano, até a última terça-feira (11), os incêndios no Pantanal, a maior planície alagável do mundo, já atingiram 372 mil hectares (equivalente a 3,7 bilhões de m²). Esse número representa um aumento de 53,89% em relação aos 241,7 mil hectares destruídos pelo fogo no mesmo período de 2020, quando a região registrou seu último recorde de incêndios.

Entidades da área e membros do governo dizem que a lamentável situação seria consequência de uma “seca intensa que afetou o Pantanal”, agravada pelo fenômeno climático El Niño.

Apesar dos números assustadores, o bioma ainda nem chegou na sua pior época do ano, que geralmente começa no mês de setembro.

“Pela primeira vez, a gente está com o Pantanal seco no primeiro semestre. Estamos com pelo menos 15 focos de incêndios, em épocas em que nunca se teve fogo no Pantanal” -Rodrigo Agostinho, presidente do IBAMA

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em novembro do ano passado, o Pantanal registrou um recorde mensal absoluto de 4.134 focos de incêndio, quase 10 vezes acima da média de 442 focos para o mês de novembro.

O último recorde do mês de novembro havia sido estabelecido em 2002, quando a região registrou 2.328 focos de incêndio (recorde batido no ano passado em apenas 13 dias)

Considerando apenas os focos de incêndio, segundo o INPE, entre janeiro e junho deste ano, os números já superaram em 974% os registrados no mesmo período de 2023.

Apenas nos primeiros 12 dias de junho foram registrados mais de 733 focos de incêndio no Pantanal, o que por si só já poderia estabelecer um novo recorde mensal absoluto.

Em apenas um ano, foram batidos os recordes de área devastada e de focos de incêndio no bioma.

“Geralmente temos a escalada dos incêndios em agosto. Nesse momento, estamos em uma situação de muita preocupação. Desde outubro passado, agimos por entendermos que o custo de prevenir é sempre menor que o de remediar. No Pantanal, uma combinação de incêndios provocados pelo homem e incêndios naturais dificultam a ação, porque temos áreas de difícil acesso […] A gente começa o ano enfrentando as cheias [no Rio Grande do Sul] e a segunda parte do ano é enfrentando as secas e as queimadas. Isso é resultado do grave problema da mudança do clima, que está nos afetando de forma severa e preocupante” -ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas Marina Silva

O governo disse que está monitorando as queimadas do Pantanal através de uma sala de situação que envolve 19 ministérios e é coordenada pela Casa Civil. A primeira reunião da equipe será realizada na próxima segunda-feira (17).

A operação de combate ao fogo na região já está oficialmente em seu 73º dia.


(Matéria em atualização)

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