BRASÍLIA, 26 de julho — O ministro da Secretaria Especial de Comunicação Social (SECOM), Paulo Pimenta, confirmou há pouco o nome do militante e atual presidente do Instituto Lula Marcio Pochmann para comandar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); o nome seria uma indicação de Paulo Okamotto, amigo pessoal de Lula e atual presidente da fundação ligada ao PT “Perseu Abramo”.
Marcio Pochmann, que já presidiu o Instituto de Pesquisas Especiais Aplicadas (Ipea), e recentemente também presidiu a mesma Fundação Perseu Abramo (ligada ao partido), substituirá o funcionário de carreira e ex-diretor de pesquisas do instituto, Cimar Azeredo (interino bem quisto pela ministra que comanda a pasta que abriga o IBGE, Simone Tebet).
A escolha foi passada pelo próprio presidente Lula à ministra Simone Tebet na última segunda-feira (24), em uma reunião do governo (a indicação teria sido criticada na própria reunião).
O grupo de Tebet chama o indicado, que atua como professor de economia da Unicamp, de “terraplanista econômico”.
O grupo contrário à indicação, que inclui o próprio ministro Haddad, teme que o indicado cause problemas “maquiando os dados” (acusação interna externada à jornalistas) do IBGE, igual o que foi feito durante o governo argentino da ex-presidente Cristina Kirchner com os dados da inflação (função do IBGE no Brasil).
Para responder aos boatos de indicação, anteontem, ambos os ministros Haddad e Tebet haviam refutado veementemente o nome de Pochmann.
O grupo (rival) que apoia a indicação inclui a presidente do PT Gleisi Hoffmann, que nesta semana chamou Pochmann de “Intelectual histórico”; “tem um olhar aguçado para as pesquisas na área social, é um democrata que pensa um Brasil mais justo”.
O “intervencionista” Pochmann já concorreu à prefeitura de Campinas por duas vezes, em 2012 e 2016, e acabou derrotado nas duas (foi derrotado no segundo turno em 2012, e ficou em 3° lugar em 2016, com apenas 15,04% dos votos).
Apesar do desconforto criado com a ministra Simone Tebet, não é esperado que ela saia do governo*
(Em atualização)