WASHINGTON, 26 de janeiro — Durante conversa com especialistas no assunto, o presidente americano Joe Biden recebeu um alerta de que seu plano de reforçar o suprimento de gás natural da Europa caso o presidente russo Vladimir Putin decida por cortar o atual fornecimento “não funcionará” porque outras nações simplesmente não podem compensar o déficit.
O governo americano havia dito ontem que estaria se preparando para fornecer gás de outros países caso haja um corte de fornecimento oriundo da Rússia.
Originalmente, o presidente americano esperava que o Catar, que tem a terceira maior reserva de gás do mundo, ajudasse, porém o país já está produzindo em plena capacidade e enviando sua produção quase que inteira para a Ásia sob contratos de longo prazo que não podem ser quebrados.
O presidente americano receberá o Emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, na próxima segunda-feira na própria Casa Branca.
A Rússia exporta uma grande quantidade de gás natural para a Europa através de seu sistema de gasodutos -que também atravessam a Ucrânia-, e países europeus temem que o fornecimento seja afetado em caso de guerra em uma escala que fuja da região de Donbas.
Realisticamente, é irreal imaginar que a Rússia romperia contratos com clientes de confiança em um momento de lucro recorde, sabendo também que o gás natural é uma das mais importantes fontes de receita do país* (mesmo assim, isso não deixa de ser uma moeda de troca, ao menos no campo da ameaça, caso o conflito perdure/cresça ou gere sanções muito pesadas)
Sobre o plano americano de substituição da origem do gás europeu, existe um claro ceticismo de que isso seria suficiente e que aconteceria em tempo hábil.
De acordo com a Marshall Center, a Rússia possui 27,5% das reservas mundiais de gás natural, seguida pelo Irã, com 15,9%, e pelo Catar, com 14,9%.
A Alemanha, país que vem sendo acusado de não ajudar a Ucrânia a se preparar para o conflito com a Rússia na região de Donbas (único país europeu a apresentar este comportamento / está sendo publicamente cobrado por oficiais ucranianos), é o maior comprador de gás russo no mundo.
A Secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, quando questionada ainda ontem sobre o assunto, se esquivou de perguntas relacionadas ao tema e evitou falar nomes de países ou empresas que participariam deste plano.
Lembrando que hoje, não existem sinais de que um muito provável conflito entre Rússia e Ucrânia na região de Donbas (Donetsk~Luhansk), possa terminar em uma guerra de grande escala.
Os Estados Unidos/OTAN não enviarão soldados para dentro da Ucrânia e nem farão algo que os coloque em um conflito direto com a Rússia, no máximo fornecerão equipamentos para a Ucrânia tentar se defender e causar -literalmente- o maior estrago possível*
Qualquer coisa além disso, hoje, é sensacionalismo.
O que não tira o peso dessa incursão russa, que pode ser a maior desde a segunda guerra mundial*
(em atualização)