BRASÍLIA, 27 de novembro — O presidente Lula indicou agora, de forma oficial (encaminhou o nome ao presidente do Senado), seu ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino para ocupar a cadeira da ex-ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal; a indicação foi anunciada após uma reunião fora da agenda de Lula com Dino no Palácio da Alvorada, antes do presidente embarcar para participar da 28ª COP (Conferência de Mudanças Climáticas) em Dubai.
Dino, que tem amplo apoio das lideranças do Centrão, também contava com um forte e declarado apoio de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes para integrar o Supremo.
Alcolumbre (CCJ do Senado) e Pacheco (que apoiam a indicação) acreditam que o Senado avaliará os nomes já na semana do dia 11 ou 18 dezembro.
O nome do Subprocurador-geral eleitoral Paulo Gonet também foi enviado ao Senado para ocupar a cadeira principal da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ambos, Dino e Gonet possuem apoio do mesmo grupo político (Centrão e governistas, menos a ala do PT, que preferia alguém mais próximo) e institucional (apoio aberto de ministros do Supremo).
Pelo fato de Paulo Gonet e Flávio Dino receberem apoio do mesmo grupo institucional e político, não era esperado que os dois fossem indicados juntos à PGR e ao Supremo.
Brasília dava como certo que Lula indicaria apenas um deles e usaria a outra indicação para agradar o outro lado político do Centrão, que apoia para uma vaga no Supremo o atual Advogado-geral da União, Jorge Messias.
Após a última briga com o Supremo pela votação no Senado da Proposta de emenda à Constituição que limita os poderes da Corte, a questão de agradar o mesmo lado político com as duas indicações deixou de ser um problema. O movimento é visto como uma tentativa reaproximação com o Supremo, principalmente com os ministros que mais verbalizaram a briga, Mendes e Moraes.
Com a indicação de Dino, não são esperadas grandes resistências no Senado. Dino tem uma boa relação com a ala do Centrão que tem maioria na Casa, e também já foi elogiado até por Valdemar Costa Neto, em setembro deste ano, que o chamou de “preparado” e disse que seus aliados (parte Centrão da sigla PL) devem “votar a favor” da indicação.
A primeira indicação de Lula ao Supremo neste mandato, de seu advogado pessoal Cristiano Zanin, foi aprovada com 58 votos a 18 no Senado (aprovada por 21 votos a 5 na sabatina).
No lugar de Dino no Ministério da Justiça, hoje em Brasília acreditam que será indicada a atual ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
(Em atualização)