BRASÍLIA, 15 de junho — O Ministério da Saúde definirá o fim da utilização da vacina de gotinha na próxima reunião da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização que acontecerá no mês de julho; Hoje, no Brasil, o procedimento adotado no esquema vacinal da pólio utiliza três doses injetáveis (ministradas aos dois, quatro e seis meses de idade) e o reforço é feito na forma de gotas (vacina oral, desenvolvida no ano de 1961, ministrada aos 15 meses e aos 4 anos de idade).
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a versão injetável da vacina utiliza o vírus inativado, enquanto as chamadas ‘gotinhas’ utilizam uma versão atenuada do vírus, “que acaba voltando para o meio ambiente por meio das fezes das crianças”. Por este motivo, fica como recomendação a substituição desse tipo de imunizante “até o ano de 2030”.
A transição total para a nova prática de utilizar apenas a vacina injetável provavelmente acontecerá já em 2024.
Os obstáculos que o Ministério da Saúde enfrentará serão a muito provável diminuição da cobertura vacinal (a cobertura vacinal contra a pólio atingiu a marca de 77,1% no ano passado, número inferior a meta de 95%) e a obtenção das doses injetáveis no mercado (número muito alto).
Segundo o Ministério da Saúde, o personagem Zé Gotinha, criado para alavancar a vacinação oral em 1986, continuará sendo utilizado, apesar da substituição do método de reforço*
O personagem também chegou a ser utilizado nas campanhas de vacinação injetável da COVID-19 pelos dois últimos governos.
(Em atualização)